O dia seguinte (I): o problema do Senado
Doze anos depois, a América votou nos azuis. Extraordinária vitória do Partido Democrata na eleição para a Câmara dos Representantes: aumentou consideravelmente a sua representação, obtendo uma maioria razoável (de momento, 229 eleitos contra 196, 10 ainda por decidir), reconquistou lugares em bastiões Republicanos (Arizona, Geórgia, Kansas, Kentucky) e criou condições para que a liderança da Câmara recaia numa fervorosa liberal – Nancy Pelosi (a primeira mulher a exercer o cargo).
O êxito apenas não foi absoluto devido a uma espinha eleitoral, chamada Senado. Nesta altura, os Democratas garantiram 50 senadores, contra 49 Republicanos. A eleição na Virgínia foi inconclusiva, devido à proximidade dos resultados. O candidato Democrata lidera por escassos 7000 votos (num universo de cerca de dois milhões e meio), o que antecipa a (previsível) hipótese de uma recontagem e o arrastar da decisão para meados de Dezembro. Este resultado é vital para os Democratas, porque, em caso de empate, a Constituição determina que o Vice-Presidente, actualmente o amável Dick Cheney (braço-direito de Bush), seja chamado a votar para desbloquear a situação – equivalendo na prática a igualdade 50-50 a um controlo Republicano.
Mesmo que se registe uma eventual vitória dos Democratas na Virgínia, um problema adicional acrescentará um travo amargo ao seu triunfo. Dois senadores eleitos são contabilizados entre as trincheiras Democratas, mas na verdade, concorreram como independentes. Um deles, Joe Lieberman (Connecticut), é um político de destaque na América, conhecido pelo seu apoio incondicional à intervenção no Iraque. Mesmo em tempos recentes, quando os Democratas se uniram na sua crítica à Administração, Lieberman manteve-se fiel à sua posição, o que lhe valeu o repúdio do Partido e uma corrida eleitoral a solo. É certo que Lieberman deverá votar com os Democratas numa série de temas, mas na política externa a sua orientação estará mais próxima dos Republicanos. Qualquer alteração de fundo nesse domínio – nomeadamente uma nova agenda para o Iraque – terá que passar (também) pelo Senado, onde Lieberman se cotará como um (mais que provável) obstáculo.
O êxito apenas não foi absoluto devido a uma espinha eleitoral, chamada Senado. Nesta altura, os Democratas garantiram 50 senadores, contra 49 Republicanos. A eleição na Virgínia foi inconclusiva, devido à proximidade dos resultados. O candidato Democrata lidera por escassos 7000 votos (num universo de cerca de dois milhões e meio), o que antecipa a (previsível) hipótese de uma recontagem e o arrastar da decisão para meados de Dezembro. Este resultado é vital para os Democratas, porque, em caso de empate, a Constituição determina que o Vice-Presidente, actualmente o amável Dick Cheney (braço-direito de Bush), seja chamado a votar para desbloquear a situação – equivalendo na prática a igualdade 50-50 a um controlo Republicano.
Mesmo que se registe uma eventual vitória dos Democratas na Virgínia, um problema adicional acrescentará um travo amargo ao seu triunfo. Dois senadores eleitos são contabilizados entre as trincheiras Democratas, mas na verdade, concorreram como independentes. Um deles, Joe Lieberman (Connecticut), é um político de destaque na América, conhecido pelo seu apoio incondicional à intervenção no Iraque. Mesmo em tempos recentes, quando os Democratas se uniram na sua crítica à Administração, Lieberman manteve-se fiel à sua posição, o que lhe valeu o repúdio do Partido e uma corrida eleitoral a solo. É certo que Lieberman deverá votar com os Democratas numa série de temas, mas na política externa a sua orientação estará mais próxima dos Republicanos. Qualquer alteração de fundo nesse domínio – nomeadamente uma nova agenda para o Iraque – terá que passar (também) pelo Senado, onde Lieberman se cotará como um (mais que provável) obstáculo.
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