sábado, janeiro 20, 2007

O cidadão e o político

É um caso raro – mas desta vez Paulo Portas tem toda a razão. É inaceitável que Maria José Morgado, procuradora-geral adjunta, tenha participado numa conferência organizada pelo PS, defendendo o “sim” no referendo. E não adianta vir com a aguardada justificação de que se tratava da “cidadã” Maria José Morgado e não da “magistrada” Maria José Morgado. Esta desculpa esfarrapada é totalmente incongruente com a sociedade mediática em que vivemos, que tornou os ocupantes de cargos públicos em figuras facilmente reconhecíveis e vinculadas a uma determinada influência.

Pergunto-vos: se amanhã o “cidadão” Cavaco Silva se pronunciar num colóquio na Universidade Católica contra a despenalização do aborto, o que dirão os defensores do comportamento de Maria José Morgado? Se o “cidadão” António Costa descrever José Sócrates como um político incompetente, o que sucederá ao “ministro” António Costa?

É altura de constatar de uma vez por todas que esta diferenciação entre “o cidadão” e o “político” ou o “magistrado” constitui apenas uma tentativa de desresponsabilização hipócrita das tomadas de posição dos próprios. É tempo de dizer: assumam-se! – e acarretem com as consequências dos vossos actos e opiniões públicas.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A senhora precisa mesmo de protagonismo! Apenas ainda não percebi o que a leva a tanta exposição: será para respirar melhor, será que não sabe dizer que não a um convite,será que quer provar alguma coisa a alguém ou a si mesma?
Se o partido socialista tem algum interesse que vença o sim, quer-me parecer que com iniciativas destas está a dar tiros no próprio pé

20/1/07 14:37  

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