Opinar (do lat. "opinare"): formar juízo, dar o seu parecer, alvitrar
João Morgado Fernandes está muito irritado com a blogoesfera. Num post recente, no French Kissin’, escreveu: “Uma coisa que a blogosfera veio acelerar enormemente é aquilo a que poderíamos chamar de «pensamento instantâneo» ou «opinião pronta a servir». A guerra do Iraque? Ora, ora, é canja... aí vai bitaite. As eleições em França? Ora deixa-me cá ver... os olhos dela, os lábios dele. Boa, já tenho opinião. (...) A TLEBS? Não sei o que é, mas sou contra. Já! O QREN... é pá, mas isso é muito massa, muita obra, muita complexidade, mas se querem a minha opinião tomem lá. Fresquinha, pronta a consumir. (...) [Bom... mas coisa diferente é aquilo que li ontem no jornal. Vocês viram bem o desplante com que o jornalista escrevia sobre aquilo? Bahhh...]”.
Fernandes acertou em cheio no diagnóstico, só que errou ao tomá-lo por doença. Na blogosfera opina-se em excesso? Nem mais. A questão é que a essência da blogosfera – a sua mais própria e intrínseca natureza – reside justamente no seu carácter opinativo, espontâneo, repentino e instintivo. Uma análise ponderada, exaustiva e devidamente fundamentada dos temas descobre-se em obras de fundo, artigos científicos ou monografias. E o contacto com um desenvolvimento desapaixonado, informativo e baseado numa exposição factual dos acontecimentos encontra-se nos órgãos de comunicação social. É por isso mesmo que não se compreende a frase final do post: a natureza do trabalho jornalístico pura e simplesmente não se confunde com a de um blogger, estando este último liberto e ao mesmo tempo limitado pela imediatez que caracteriza a sua forma de expressão.
Fernandes acertou em cheio no diagnóstico, só que errou ao tomá-lo por doença. Na blogosfera opina-se em excesso? Nem mais. A questão é que a essência da blogosfera – a sua mais própria e intrínseca natureza – reside justamente no seu carácter opinativo, espontâneo, repentino e instintivo. Uma análise ponderada, exaustiva e devidamente fundamentada dos temas descobre-se em obras de fundo, artigos científicos ou monografias. E o contacto com um desenvolvimento desapaixonado, informativo e baseado numa exposição factual dos acontecimentos encontra-se nos órgãos de comunicação social. É por isso mesmo que não se compreende a frase final do post: a natureza do trabalho jornalístico pura e simplesmente não se confunde com a de um blogger, estando este último liberto e ao mesmo tempo limitado pela imediatez que caracteriza a sua forma de expressão.
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