Preguiça ou incompetência?
Um dos maiores problemas que aflige os media em Portugal é o evidente empobrecimento linguístico do jornalismo. Trata-se de uma deficiência que se sente em variados domínios. A sintaxe utilizada é confusa e incorrecta. A pronúncia de termos estrangeiros é macarrónica. Várias expressões pleonásticas e/ou imprecisas são aplicadas com uma inaceitável frequência – tornando-se ditos vulgares, não obstante a sua incorrecção (como sublinhou o Pedro Correia aqui).
Embora menos referenciada, é ainda especialmente aflitiva a pobreza semântica utilizada pelos jornalistas, muito comum nas reportagens televisivas. É certo que a linguagem usada deve ser concisa e objectiva – pelo que não se pedem termos filosóficos ou deambulações poéticas – mas com frequência os jornalistas optam por um vocabulário extremamente exíguo, que não raras vezes se revela insuficiente para descrever com precisão o que está em causa. Repito: não se trata de utilizar conceitos vistosos ou uma fraseologia rebuscada, mas é incompreensível que numa peça jornalística encontremos sistemáticas repetições (sobretudo de verbos e adjectivos) ou estafadas e popularuchas tiradas sentimentalistas.
Por um destes dias, e a propósito de um incêndio na Califórnia, ouvi o seguinte relato na SIC Notícias: “As chamas lavraram durante várias horas, consumindo vários hectares. Os bombeiros, mesmo apoiados por vários helicópteros, não conseguiram dominar o fogo”. A que se seguiu o aguardado “viveram-se momentos de aflição”. Cinco minutos depois, passando pela RTP N, ouço uma notícia sobre uma explosão de gás numa casa particular. O jornalista interroga o comissário da polícia do seguinte modo: “O que aconteceu para que este acidente tivesse acontecido?”. É certo que a mensagem passou e o conteúdo foi apreendido. Mas, justamente porque o jornalismo é um veículo informativo, deve ser dada uma particular atenção à forma – o que evidentemente não sucedeu.
Embora menos referenciada, é ainda especialmente aflitiva a pobreza semântica utilizada pelos jornalistas, muito comum nas reportagens televisivas. É certo que a linguagem usada deve ser concisa e objectiva – pelo que não se pedem termos filosóficos ou deambulações poéticas – mas com frequência os jornalistas optam por um vocabulário extremamente exíguo, que não raras vezes se revela insuficiente para descrever com precisão o que está em causa. Repito: não se trata de utilizar conceitos vistosos ou uma fraseologia rebuscada, mas é incompreensível que numa peça jornalística encontremos sistemáticas repetições (sobretudo de verbos e adjectivos) ou estafadas e popularuchas tiradas sentimentalistas.
Por um destes dias, e a propósito de um incêndio na Califórnia, ouvi o seguinte relato na SIC Notícias: “As chamas lavraram durante várias horas, consumindo vários hectares. Os bombeiros, mesmo apoiados por vários helicópteros, não conseguiram dominar o fogo”. A que se seguiu o aguardado “viveram-se momentos de aflição”. Cinco minutos depois, passando pela RTP N, ouço uma notícia sobre uma explosão de gás numa casa particular. O jornalista interroga o comissário da polícia do seguinte modo: “O que aconteceu para que este acidente tivesse acontecido?”. É certo que a mensagem passou e o conteúdo foi apreendido. Mas, justamente porque o jornalismo é um veículo informativo, deve ser dada uma particular atenção à forma – o que evidentemente não sucedeu.
1 Comments:
querro saber oq e expressoes pleonasticas?
sem muita burrogracia.
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