Razões de sobra
Nestes dias de ruído e de ritmos desenfreados, assistir a um filme mudo na cinemateca é uma experiência quase milagrosa. Em certa medida, trata-se de um curioso desafio – não são poucos os que manifestam um evidente desconforto perante um ataque de tosse, um espirro ou até um daqueles curiosos sons intestinais, que não raras vezes fazem corar o seu autor na sala escura. O reverso da medalha é, num primeiro olhar, um evidente prejuízo, mas pode ser visto – com boa vontade – como um divertido exercício, uma motivação extra, se quisermos: afinal, contar quantas pessoas sairão a meio da sessão, adivinhar quantos minutos serão precisos para se ouvir o primeiro toque de um telemóvel, e aguardar pelo ruidoso ressonar de um espectador mais incauto, pode ser tão divertido quanto assistir ao filme propriamente dito.
1 Comments:
É por iso que a cinemateca existe - ela é a catedral do cinema!
Não vou à cinemateca com a frequência que gostaria mas sempre que lá vou sinto que as pessoas que ali estão querem estar ali e como também gosto do ambiente que se cria antes, durante e depois do evento. É um prazer viver o ambiente da entrada, da compra do bilhete e do olhar que se sempre se lança à sala. É bom, é bonito, é confortável...
No registo do ruido não referiu as salas onde há pipocas!!! Não vá, eu não vou!
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