quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Quando rir (não) é o melhor remédio

A (lamentável) iniciativa do “Pior Português de Sempre”, organizada pela SIC e pelas Produções Fictícias, chegou ao fim. Da pior maneira possível. Foi escandalosa a forma como a produção procurou subverter os resultados e condicionar o apuramento de um vencedor. Surpreendidos e chocados com a possibilidade de Mário Soares ser o eleito – depois de passar semanas a fio na liderança da votação – os produtores chegaram a equacionar a hipótese de “cancelar a gala final”, como admitiu Nuno Artur Silva há cerca de um mês. Imaginativamente, os humoristas decidiram engendrar um outro expediente para obter os resultados pretendidos, seleccionando cinco personalidades para uma “fase final”, a ver se Salazar ultrapassava finalmente Soares.

Todavia, nada havia a fazer. A quatro dias do fecho das votações, Soares continuava a liderar destacado... Tempo para uma manobra extra, ao serviço do politicamente correcto. O site deixou de mostrar os dados oficiais, sob o pretexto de uma “grande revelação” na noite da (dita) gala. Lá apareceram a patrulha da praxe e as recomendações veladas para votar no ditador. Aliás, foi bonito ver os próprios apresentadores a esclarecerem: “isto vai decidir-se entre o doutor Mário Soares e o OLIVEIRA SALAZAAAAR. Para o caso de ainda alguém estar com dúvidas.

Com pompa e circunstância, veio o anúncio. Salazar vencera, pois claro. O “Pai da Pátria” não podia ser submetido a esta sátira, a esta vergonha, enquanto o outro, o ditador, o fanfarrão, está mortinho e enterrado. Um alvo fácil, naturalmente. E assim terminou esta farsa, entre risos contidos e laivos de manipulação. Ao bom e velho estilo do vencedor, o tal senhor que o programa procurou por todos os meios demonizar.

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pode ser que o sanguinário Salazar ganhe o outro concurso para verem a estupidez profunda deste tipo de concursos típicos de (não me ocorre nada muito mau).

14/2/07 10:47  

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