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Apesar de entupir o Príncipe Real e a Rua da Escola Politécnica, o Moda Lisboa é um evento de inquestionáveis méritos, cujo clímax ocorre naquele momento em que os “criadores” são entrevistados pelos jornalistas. Não contentes pela produção de roupas espalhafatosas, adereços medonhos e vestidos estapafúrdios, os estilistas brindam-nos com pérolas filosóficas e pensamentos profundos.
Numa reportagem da SIC Notícias assisti a duas entrevistas notáveis. Na primeira, um jovem “criador” (não fixei o nome) falava acerca das suas “propostas” – em que manequins seminus transportavam sabres de luz “à la Starwars” e outras armas futuristas – nos seguintes termos: “procurei reflectir acerca do homem do futuro, e imaginei muitos lasers, muitos néons, muitos tiros”. Seguem-se duas gargalhadas. “Sabe, um estilista tem que antecipar o que vem aí”. Ficamos pois, a saber que os nossos filhos vão desfilar pela rua com tangas coloridas e pistolas de raios fluorescentes.
A segunda estilista, Alexandra Moura, rejeitou esta leitura de ficção científica e centrou-se na abordagem espiritual – digna de um best-seller da Pergaminho. Perante a questão “o que a inspirou?”, esclareceu Alexandra: “A moda não tem só a ver com o que vestimos por fora (esta é nova!). Tem a ver com o que somos por dentro. Por isso, as minhas propostas reflectem o nosso interior”. Em que é que isto se traduz? Deixemos falar a “criadora”: “Utilizei muito o cinzento, porque é isso que nos faz pensar, a massa cinzenta”. “E o vermelho, por causa do sangue”. Obrigado, Alexandra, por esse momento onde o gótico e a fenomenologia se fundiram na perfeição.
Numa reportagem da SIC Notícias assisti a duas entrevistas notáveis. Na primeira, um jovem “criador” (não fixei o nome) falava acerca das suas “propostas” – em que manequins seminus transportavam sabres de luz “à la Starwars” e outras armas futuristas – nos seguintes termos: “procurei reflectir acerca do homem do futuro, e imaginei muitos lasers, muitos néons, muitos tiros”. Seguem-se duas gargalhadas. “Sabe, um estilista tem que antecipar o que vem aí”. Ficamos pois, a saber que os nossos filhos vão desfilar pela rua com tangas coloridas e pistolas de raios fluorescentes.
A segunda estilista, Alexandra Moura, rejeitou esta leitura de ficção científica e centrou-se na abordagem espiritual – digna de um best-seller da Pergaminho. Perante a questão “o que a inspirou?”, esclareceu Alexandra: “A moda não tem só a ver com o que vestimos por fora (esta é nova!). Tem a ver com o que somos por dentro. Por isso, as minhas propostas reflectem o nosso interior”. Em que é que isto se traduz? Deixemos falar a “criadora”: “Utilizei muito o cinzento, porque é isso que nos faz pensar, a massa cinzenta”. “E o vermelho, por causa do sangue”. Obrigado, Alexandra, por esse momento onde o gótico e a fenomenologia se fundiram na perfeição.
Etiquetas: filosofia instantânea, moda
1 Comments:
Eu gostava de ver era o dr. Paulo Macedo, antes de se ir embora, mandar fazer uma inspecçãozita aos estilitas da nossa praça... mas isto sou apenas eu a falar.
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