Portugal, 30 de Junho de 1967
Sobre (mais um) inaceitável gesto autoritário deste Governo – desta vez pela pessoa do ministro Correia de Campos – um texto certeiro de Tomás Vasques no Hoje Há Conquihas:
“Foi hoje conhecida a história da demissão da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho por alegada «quebra de lealdade». O próprio Ministro da Saúde, Correia de Campos, sujou as mãos na exoneração da senhora. Ao que consta, a directora do Centro de Saúde não retirou das instalações do centro um cartaz contendo declarações do ministro Correia de Campos «em termos jocosos». A directora não colocou o cartaz, apenas não o mandou retirar, nem deu conhecimento à hierarquia, segundo um assessor de imprensa da Administração Regional de Saúde do Norte. [...]
Exonerar a directora do Centro de Saúde porque não fez de delatora e não «investigou» quem colocou o cartaz, como sugere o referido assessor de imprensa, é um caminho perigoso. Aqui, em Portugal, como em qualquer país democrático. Cabe perguntar: estamos perante um caso de «quebra do dever de lealdade» de um funcionário ou estamos a entrar numa clima de intimidação que irá, certamente, acabar mal?”
“Foi hoje conhecida a história da demissão da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho por alegada «quebra de lealdade». O próprio Ministro da Saúde, Correia de Campos, sujou as mãos na exoneração da senhora. Ao que consta, a directora do Centro de Saúde não retirou das instalações do centro um cartaz contendo declarações do ministro Correia de Campos «em termos jocosos». A directora não colocou o cartaz, apenas não o mandou retirar, nem deu conhecimento à hierarquia, segundo um assessor de imprensa da Administração Regional de Saúde do Norte. [...]
Exonerar a directora do Centro de Saúde porque não fez de delatora e não «investigou» quem colocou o cartaz, como sugere o referido assessor de imprensa, é um caminho perigoso. Aqui, em Portugal, como em qualquer país democrático. Cabe perguntar: estamos perante um caso de «quebra do dever de lealdade» de um funcionário ou estamos a entrar numa clima de intimidação que irá, certamente, acabar mal?”
Etiquetas: Correia de Campos, democracia asfixiada, palavras dos outros
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