O bufo
O que pretendia exactamente Sócrates ao fazer uma queixa-crime contra o bloguista António Albino Caldeira, devido à investigação por este conduzida no “dossier Independente”? Sócrates sabia que a sua atitude suscitaria alguma indignação, especialmente na blogosfera, além de que teria o inconveniente de voltar a trazer o assunto para a praça pública.
Não nos enganemos. Sócrates sabe que tem pouco a ganhar directamente com esta denúncia. Albino Caldeira dificilmente será acusado do que quer que seja, e as piadas sobre a Licenciatura de Sócrates continuarão até que o assunto seja completamente esclarecido (se é que isso é possível). Sócrates pretende antes obter dividendos indirectos, procurando dissuadir futuras investigações, críticas ou ataques por parte dos blogues ou de outras fontes de comunicação. Sócrates parte assim para mais uma manobra de intimidação, de acordo, aliás, com toda uma dinâmica que em tempos recentes tem sido empregue pelo Governo, pelas instituições políticas e pela administração pública (recordemos o “caso Charrua”, as “listas de grevistas”, e o recente projecto sobre a compilação de dados pessoais dos trabalhadores do Estado).
Estimular o silêncio e a obediência são, neste momento, as prioridades do primeiro-ministro. E não tenham dúvidas: fazer com que as pessoas achem que esta ideia é ridícula, persecutória, talvez mesmo conspirativa, é justamente o que este surpreendentemente autoritário socialista pretende.
Não nos enganemos. Sócrates sabe que tem pouco a ganhar directamente com esta denúncia. Albino Caldeira dificilmente será acusado do que quer que seja, e as piadas sobre a Licenciatura de Sócrates continuarão até que o assunto seja completamente esclarecido (se é que isso é possível). Sócrates pretende antes obter dividendos indirectos, procurando dissuadir futuras investigações, críticas ou ataques por parte dos blogues ou de outras fontes de comunicação. Sócrates parte assim para mais uma manobra de intimidação, de acordo, aliás, com toda uma dinâmica que em tempos recentes tem sido empregue pelo Governo, pelas instituições políticas e pela administração pública (recordemos o “caso Charrua”, as “listas de grevistas”, e o recente projecto sobre a compilação de dados pessoais dos trabalhadores do Estado).
Estimular o silêncio e a obediência são, neste momento, as prioridades do primeiro-ministro. E não tenham dúvidas: fazer com que as pessoas achem que esta ideia é ridícula, persecutória, talvez mesmo conspirativa, é justamente o que este surpreendentemente autoritário socialista pretende.
Etiquetas: José Sócrates
2 Comments:
E eu que sonhei a liberdade e que acreditei tê-la conquistado estou a ficar preocupada com o governo do meu país...
Uma conclusão inteligente a divulgar e quem votou no Eng. Sócrates por pensar que iria livrar-se dum governo de mentecaptos...
Penso que o Dr. Santana Lopes deve estar cheio de gozo!
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