segunda-feira, agosto 27, 2007

Duvidanças de uma mente curiosa, 59

A propósito de ter mencionado Lauro António num post anterior:

- Violará demasiado o que subjaz às "duvidanças" se eu me limitar a contar uma experiência pessoal passada? Duvidando ainda, conto na mesma: em tempos de adolescência, acompanhava um amigo já falecido nas suas lides de cinefilia, tendo aí adquirido também um certo gosto por ver cinema. Uma dessas lides consistia no frequentar assíduo do Festróia. Ora, numa das edições fomos assistir ao filme inaugural: fila até mais não, filme a começar pelas 21h30 em Portugal, o que significa que pelas 22h ainda esperávamos na fila. Sucede que na altura passava na TVI o programa Lauro António Apresenta..., que qualquer adolescente pensando-se mini-cinéfilo veria inescapavelmente. Pois na tal fila, eu e o meu amigo conversávamos sobre cinema (claro) e sobre Lauro António: que era um realizador medíocre, que o programa não prestava, que os filmes por si escolhidos eram uma pobreza, que ele conseguia sempre comentar o oposto do significado dos filmes, que Herman José fora certeiro ao inventar o seu "Lauro Dérmio", etc. Já farto de esperar, olhei entretanto para trás, tentando perceber até onde chegava já a fila. E fiquei estarrecido ao notar que a pessoa que estava mesmo atrás de nós, seguindo-nos na fila, acompanhada por um jovem alto, era o próprio Lauro António. Como é evidente, nada mais dissemos até entrarmos na sala, e tivemos o cuidado de nos sentarmos em local oposto ao do dito senhor. Quais são as probabilidades de tal coisa acontecer? Mas ficam aqui as desculpas em meu nome ao dito senhor Lauro António pela ocorrência.