sábado, agosto 04, 2007

Tentação irresistível

O PS de José Sócrates pode ter adoptado todos os princípios da Esquerda Moderna: a preferência pelo "estilo Armani", o gosto pelas apresentações em Powerpoint e pela entrega de relatórios em "pens", o desejos de adornar as salas de aula com décors futuristas, até o empenho para colocar os ministérios em realidades virtuais – como o "Second Life". Mas a par de toda esta modernidade, o Partido Socialista continua a conservar um dos seus mais antigos e enraizados costumes: um apetite voraz pelo centralismo, pelo controlo, pela superintendência, pelo domínio absoluto de toda a máquina administrativa do Estado.

Se há algo em comum aos episódios do processo movido pela DREN contra o Professor Charrua, do afastamento de uma delegada de saúde em Vieira do Minho, da queixa-crime contra o blogue Do Portugal Profundo, e das recentes “dispensas” de Pinamonti do São Carlos e de Dalila Rodrigues do MNAA, é justamente esta tendência para estender os tentáculos do poder desde as altas cúpulas dos institutos do Estado ao mais insignificante departamento público, numa espécie de policiamento político pouco condigno com as boas práticas democráticas.

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