Mistérios da língua
1. Porque é que as notícias relativas à subida das taxas de juro incluem invariavelmente as frases “as prestações das famílias portuguesas vão aumentar” ou “esta subida vai reflectir-se no bolso das famílias portuguesas”. Que obsessão é esta com as “famílias”? Os solteiros não pedem empréstimos? Nem as viúvas? Nem os divorciados?
2. De onde surgiu a moda de falar em “acessibilidades”, em vez de “acessos”? São as “más acessibilidades para o estádio”, “a falta de acessibilidades ao hospital”, “a construção de acessibilidades junto ao porto”... Não será este apenas o hábito bem português – que a comunicação social adora – de substituir uma palavra simples por um equivalente mais complexo para mostrar um perfil culto e filosófico?
3. Ainda a campanha presidencial dos Estados Unidos mal começou e já existe na imprensa nacional uma enorme confusão quanto às denominações dos cargos públicos americanos. Barack Obama passa por congressista e senador; Hillary Clinton é senadora ou representante; Ron Paul é um misto dos três termos. Li há dias no DN uma referência às eleições no “Senado e no Congresso”. E já ouvi José Lello mencionar que os Democratas “controlam a Câmara dos Representantes e o Congresso”. Uma série de disparates e equívocos. Convinha esclarecer que estes termos não são idênticos e que, apesar de parecer difícil, o sistema tem regras bem definidas.
O órgão legislativo dos Estados Unidos chama-se Congresso e divide-se em duas câmaras: a Câmara dos Representantes e o Senado. Chamam-se "congressistas" ou "representantes" aos membros da Câmara dos Representantes (a câmara baixa). Nesta denominação inclui-se por exemplo o candidato Republicano Ron Paul. Os membros do Senado (câmara alta) chamam-se, naturalmente, "senadores". E embora pertençam a uma câmara do Congresso não se lhes aplica o termo "congressistas". É o caso de Obama, Hillary Clinton e John McCain. Um pouco de rigor não faz mal a ninguém.
2. De onde surgiu a moda de falar em “acessibilidades”, em vez de “acessos”? São as “más acessibilidades para o estádio”, “a falta de acessibilidades ao hospital”, “a construção de acessibilidades junto ao porto”... Não será este apenas o hábito bem português – que a comunicação social adora – de substituir uma palavra simples por um equivalente mais complexo para mostrar um perfil culto e filosófico?
3. Ainda a campanha presidencial dos Estados Unidos mal começou e já existe na imprensa nacional uma enorme confusão quanto às denominações dos cargos públicos americanos. Barack Obama passa por congressista e senador; Hillary Clinton é senadora ou representante; Ron Paul é um misto dos três termos. Li há dias no DN uma referência às eleições no “Senado e no Congresso”. E já ouvi José Lello mencionar que os Democratas “controlam a Câmara dos Representantes e o Congresso”. Uma série de disparates e equívocos. Convinha esclarecer que estes termos não são idênticos e que, apesar de parecer difícil, o sistema tem regras bem definidas.
O órgão legislativo dos Estados Unidos chama-se Congresso e divide-se em duas câmaras: a Câmara dos Representantes e o Senado. Chamam-se "congressistas" ou "representantes" aos membros da Câmara dos Representantes (a câmara baixa). Nesta denominação inclui-se por exemplo o candidato Republicano Ron Paul. Os membros do Senado (câmara alta) chamam-se, naturalmente, "senadores". E embora pertençam a uma câmara do Congresso não se lhes aplica o termo "congressistas". É o caso de Obama, Hillary Clinton e John McCain. Um pouco de rigor não faz mal a ninguém.
1 Comments:
Quanto ao nº 1:
- A idiotice do termo tem que ver com a idiotice de como se ensina macroeconomia no mundo ocidental. É que em economia, o que é lei é o que vem escrito em língua inglesa ao lado dos diagramas...
E nos manuais anglo-saxónicos de macroeconomia, tradicionalmente, os agente económicos dividem-se em 2, as famílias e as empresas, família designando inclusive pessoas solteiras.
Enfim, manias...
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