terça-feira, outubro 30, 2007

Londres: o que não vem nos guias (V)

Não tem a beleza natural que circunda The Mall. Não tem o requinte nem a atmosfera sofisticada de Regent Street. Não tem a agitação da Strand, nem a vivacidade de Shaftesbury Avenue. Falta-lhe o aglomerado comercial de Oxford Street ou o bulício da Fleet Street. Mas nenhuma rua em Londres tem o encanto de Charing Cross Road.

Partindo de Trafalgar Square, onde deixa os milhares de turistas que contemplam a Estátua de Nelson ou os quadros famosos da National Gallery, a Charing Cross Road estende-se para Norte, cruzando-se com algumas das zonas mais famosas de Londres: por ali passa quem se dirige para os célebres teatros do West End, quem deixou os espectáculos de rua em Covent Garden, quem se prepara para uma tarde de compras frenéticas em Oxford Street, ou quem procura a agitação de Picadilly Circus.

Charing Cross Road é por isso local de passagem, de desencontros. Os poucos que resistem a esse trânsito, e se demoram nela, participam numa experiência fantástica, observando a efervescência de uma cidade de um lugar privilegiado. Lugar esse que merece, por si só, uma longa viagem, entre as dezenas de livrarias, lojas de antiquidades, alfarrabistas e o pequeno comércio que a compõem. Da entusiasmante Quinto (um dos mais prestigiados alfarrabistas londrinos) à caótica Foyles (uma das maiores livrarias do mundo), esta é uma Meca para os bibliófilos, mas o carácter multifacetado da Charing Cross Road permite que todos se sintam em casa – mesmo estando no coração de uma das mais movimentadas cidades europeias.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É saboroso logo pela manhã reviver uma experiência destas! E não é que lá, pese embora a multidão que se deslocava em vários sentidos, também me senti em casa?

31/10/07 10:27  

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