O prazer da desinformação
O tratamento jornalístico da Cimeira de Lisboa – em particular nas televisões – tem sido absolutamente anedótico. As maniqueístas e redutoras descrições dos intervenientes constituem reprováveis declarações políticas e indescritíveis práticas de desinformação. Os ingleses são “eurocépticos”. Os polacos, uns malandros que pretendem afundar a Europa na lama. Os italianos lembraram-se de uma manobra qualquer de última hora, “criando novos problemas”. Os outros – entre os quais Portugal, como é óbvio – são os filhos obedientes, progressistas, modernaços. Patético.
Por outro lado, os repórteres têm demonstrado uma irresistível tentação pelo acessório. Ora são as descrições das medidas de segurança, ou os apontamentos ridículos sobre os problemas pessoais de Sarkozy, ou mesmo a absurda discussão em torno do nome do Tratado. Num momento em que se discute o futuro da União Europeia, insistir na importância de o Tratado se chamar “de Lisboa” mostra quão provinciana e tacanha é a mente lusitana.
Por outro lado, os repórteres têm demonstrado uma irresistível tentação pelo acessório. Ora são as descrições das medidas de segurança, ou os apontamentos ridículos sobre os problemas pessoais de Sarkozy, ou mesmo a absurda discussão em torno do nome do Tratado. Num momento em que se discute o futuro da União Europeia, insistir na importância de o Tratado se chamar “de Lisboa” mostra quão provinciana e tacanha é a mente lusitana.
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