A democracia venezuelana
Decorria o programa diário do jornalista venezuelano Gustavo Azócar na Televisão Regional de Táchira quando a deputada Iris Varela, uma veemente aliada do Presidente Chávez, entrou no estúdio acusando-o de a ter difamado. Como Azócar não parecia ficar convencido, Varela passou à acção: esbofeteou o apresentador, partiu-lhe os óculos e destruiu parcialmente o cenário. Tudo em frente às câmaras de televisão. Bendita democracia.
4 Comments:
A nossa democracia. Desafio-vos a procurarem referências à visita de Hugo Chavez a Portugal e ao seu encontro com José Sócrates no Portal do Governo. E, no entanto, vamos mamar, e muito, dessa fabulosa teta.
A democracia deles não é boa, mas a nossa está completamente podre.
"Comunicados à Imprensa
.
[20-11-2007]
.
.
.
Assinatura de Acordo entre a Galp Energia e a PDVSA, Petróleos da Venezuela
.
.
O Ministro da Economia e da Inovação preside hoje, dia 20 de Novembro, à cerimónia de assinatura do Acordo para o desenvolvimento de projectos na área do Gás Natural Liquefeito entre a Galp Energia e a PDVSA, Petróleos da Venezuela. A sessão terá lugar às 19H, no Salão Nobre do Ministério da Economia e da Inovação, e contará com a presença de Manuel Ferreira de Oliveira, Presidente Executivo da Galp, Rafael Ramirez Carreño, Presidente da PDVSA e Ministro da Energia e Petróleo da Venezuela e Eulogio del Pino, administrador da PDVSA.
Lisboa, 20 de Novembro de 2007
O Gabinete de Imprensa"
porque no te callas ... apetece dizer... lol
Seria interessante escrever mais um post sobre essa difamação e o motivo pelo qual essa senhora teve tal reacção.. Caso contrário, a impressão imediata que se transmite aos leitores do blog será a de mais uma atitude anti-democrática e autoritária da parte de uma chavista contra um anti-chavista. E não é difícil encontrar informações na internet sobre o episódio...
Um abraço
Zeca
Obrigado nc. Muito se falou da visita de Chávez e poucos mencionaram a assinatura desses tratados "obscuros". São a eminência parda do regime, que nos colocam em situação de dependência face a sistemas políticos muito pouco recomendáveis.
Caro Zeca, quando coloquei o post ainda não conhecia esses "atenuantes". Pelo que li, sei agora que a senhora foi de facto difamada, numa referência abjecta a um filho morto. Não sei se há outros factores ou motivos, mas este já é grave e enquadra o contexto.
Todavia, acho que estamos de acordo que esta reacção é inaceitável e diz muito do que se passa hoje na Venezuela, quer a um nível político, quer social. Penso que uma deputada tem responsabilidades acrescidas; esses "atenuantes" não justificam de modo nenhum esta reacção extemporânea e violenta. Os tribunais existem para resolverem estes diferendos e há várias maneiras para exercer protestos.
Sublinho no entanto uma ideia tua: é fácil empolar este acontecimento e fazer uma leitura maniqueísta: o anti-chavista imaculado é atacada pela autoritária e tirânica apoiante de Chávez. Se dei a entender que fiz esta leitura, peço desculpa.
Também acho que é mais complicado que isso. Mas este episódio é revelador de um ambiente de censura e conflito social que Chávez instaurou na Venezuela e que a todo o custo o próprio Chávez e muitos observadores têm tentado esconder.
Grande abraço!
Enviar um comentário
<< Home