Duvidanças de uma mente curiosa, 72
A propósito de sucedâneos neste fim-de-semana:
1) Parece que, mais de trinta anos passados sobre a restauração da monarquia espanhola, o rei Juan Carlos tomou a sua primeira medida política relevante: virou-se para Hugo Chávez e perguntou "¿Por que no te callas?" Mas não dá vontade de perguntar ao rei Juan Carlos "¿Por que no hablas más?"
2) Parece que Hugo Chávez foi mandado calar pelo rei por estar a interromper o primeiro-ministro espanhol, qualificando o antecessor deste de "fascista". Mas o que é ser fascista hoje? Será que é ser fascista não respeitar a constituição do próprio país em proveito seu, não respeitar os direitos humanos reconhecidos no mundo ocidental, não gostar da liberdade de opinião, insultar países outros que nunca nos foram hostis, ser amigo de dirigentes políticos islâmicos que são fervorosos adeptos do holocausto? Aznar é fascista, aceito. O que é Hugo Chávez, mesmo?
3) Em Madrid, grupos de extrema-direita manifestaram-se na rua, tendo sido abordados por grupos de extrema-esquerda. Seguiu-se bordoada até mais não, e até morreu um jovem. Nos "noticiários" televisivos, identificavam-nos como grupos "neo-nazis" e grupos "antifascistas". Uns manifestavam-se contra o bem-estar de judeus, negros e imigrantes; outros bordoaram o manifestar dos primeiros. Dá azo a que se peça a todos: levante o braço quem não seja fascista...
4) Saindo do fascismo e do antifascismo: que diabo de fim-de-semana desportivo foi este? O Sporting a ser goleado, o Porto a empatar depois de uma vantagem de dois golos, o Benfica a golear, a bater a "fabulosa" "academia" de juniores do Sporting, a bater o Porto em andebol... Terá sido realidade?
1) Parece que, mais de trinta anos passados sobre a restauração da monarquia espanhola, o rei Juan Carlos tomou a sua primeira medida política relevante: virou-se para Hugo Chávez e perguntou "¿Por que no te callas?" Mas não dá vontade de perguntar ao rei Juan Carlos "¿Por que no hablas más?"
2) Parece que Hugo Chávez foi mandado calar pelo rei por estar a interromper o primeiro-ministro espanhol, qualificando o antecessor deste de "fascista". Mas o que é ser fascista hoje? Será que é ser fascista não respeitar a constituição do próprio país em proveito seu, não respeitar os direitos humanos reconhecidos no mundo ocidental, não gostar da liberdade de opinião, insultar países outros que nunca nos foram hostis, ser amigo de dirigentes políticos islâmicos que são fervorosos adeptos do holocausto? Aznar é fascista, aceito. O que é Hugo Chávez, mesmo?
3) Em Madrid, grupos de extrema-direita manifestaram-se na rua, tendo sido abordados por grupos de extrema-esquerda. Seguiu-se bordoada até mais não, e até morreu um jovem. Nos "noticiários" televisivos, identificavam-nos como grupos "neo-nazis" e grupos "antifascistas". Uns manifestavam-se contra o bem-estar de judeus, negros e imigrantes; outros bordoaram o manifestar dos primeiros. Dá azo a que se peça a todos: levante o braço quem não seja fascista...
4) Saindo do fascismo e do antifascismo: que diabo de fim-de-semana desportivo foi este? O Sporting a ser goleado, o Porto a empatar depois de uma vantagem de dois golos, o Benfica a golear, a bater a "fabulosa" "academia" de juniores do Sporting, a bater o Porto em andebol... Terá sido realidade?
5 Comments:
Caros amigos,
Paro aqui pela primeira vez por recomendação do meu amigo Snowmass e valeu a pena. Realmente o mundo está cheio de fascistas por todo o lado, menso na Venezuela. Coincidências do destino. Boas reflexões.
Um abraço azul
Bem, eu preferia viver no (ex-) regime «fascista» do Aznar que no do Chávez. Sem comparação.
Até o camarada Saramago, que se saiba, foi para Lanzarote nos tempos desse «horroroso» regime.
E por que bizarria da história e do politicamente correcto é que se convencionou que chamar fascista é uma ofensa e chamar comunista a quem o é reconhecidamente não ofende? Não foram ambos regimes abomináveis?
Caro freire de andrade, é uma pergunta pertinente, sem dúvida. Eu acrescento uma outra, que me faz confusão: porque é que sempre que há uma manifestação do PNR se diz na comunicação social que se trata da "extrema-direita" e nunca nenhum jornalista se refere ao Bloco de Esquerda como "extrema-esquerda"?
É típico da imprensa nacional, aliás. A expressão "extrema-esquerda" só é usada para definir acontecimentos do passado, talvez porque se tem medo de chamar as coisas pelos nomes...
Talvez a resposta esteja no inconsciente colectivo: enquanto que a extrema-esquerda ainda tem algo que é apelativo para as pessoas (pode discutir-se a forma e até a fundamentação, mas é um facto que o discurso em favor dos desvaforecidos conquista simpatizantes, eleitores dessa mesma esquerda ou não) e que, em muitos aspectos, partilha com a social-democracia e até com o liberalismo. Já o fascismo e o nacionalismo, em face ao actual estado de coisas, pouco mais fazem do que defender posições completamente anacrónicas e nas quais a maioria das pessoas não encontra pontos de contacto.
Abraço
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