quinta-feira, novembro 01, 2007

Más companhias

O sucesso do projecto europeu até aqui deve-se aos valores que o fundamentam: o respeito incondicional pelo indivíduo e pelos direitos humanos; a preferência da conciliação e da diplomacia ao uso da força; a preservação da paz; a defesa da liberdade de expressão, de imprensa e de consciência; o pluralismo democrático e o Estado de Direito.

Ora, tudo isto é posto em causa quando se prepara uma cimeira que pretende reunir os chefes de Estado europeus e africanos, sem considerar a necessidade de definir quem deve participar. Talvez por estar obcecada com o politicamente correcto, a União Europeia teme adoptar esses “limites artificiais”. Trata-se de um erro.

A UE não deve ter receio em barrar a participação de chefes de Estado africanos que têm violado de forma sistemática aqueles valores. A UE não pode ser conivente com regimes que desprezam os direitos humanos, a democracia, a liberdade religiosa, a diversidade étnica, e que fazem da guerra um instrumento vulgar para obterem dividendos políticos e económicos. A UE não pode tolerar a barbárie instituída por facínoras como Mugabe, Khadafi, Al-Bashir e outros ditadores. Sob pena de menosprezar os seus próprios valores e de corroer os alicerces morais que a fundamentam.

:: Ver este site, com uma lista de ditadores africanos. E ainda os textos de uma série do Pedro Correia no Corta-Fitas sobre a vinda destes senhores a Lisboa (aqui e aqui).

1 Comments:

Blogger Pedro Correia said...

Obrigado pela atenção. Abraço.

5/11/07 19:18  

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