Notas sobre o debate parlamentar
Vendo alguns minutos do debate entre o governo e os membros do Parlamento, voltei a pasmar, como sempre me sucede quando vejo coisas quejandas:
1) O primeiro-ministro aproveita o seu tempo para falar sobre o que bem lhe apetece, num sucedâneo de monólogos que não se preocupam em dar sequer cavaco às poucas perguntas que lhes são dirigidas;
2) Os deputados da bancada do PSD e do CDS-PP são o ex-primeiro-ministro e o ex-ministro da Defesa Nacional. Só isto é mais do que suficiente para se porem a jeito no levar de uma abada. Ora, como se isso não bastasse, proferem um conjunto de vacuidades e frases feitas idiotas, às quais o primeiro-ministro consegue sempre encontrar subterfúgios. E não se percebe: o primeiro-ministro tem a cimeira disto e daquilo, os outros mais não fazem que aquilo, e mesmo assim o primeiro vai com melhor preparação que os segundos?!
3) Dá a sensação que a maior parte dos oradores percebe tão pouco daquilo que faz ao ponto de nem conhecerem o conteúdo do regime jurídico do Parlamento. E já nem falo do recurso frequente "à defesa da honra", quando não há injúrias feitas. E mais, para se defender a honra, não é preciso primeiro tê-la?
4) Quanto ao mais, o habitual: gente a falar por cima de gente, gente que vira as costas e sai do plenário quando há pessoas a falar, gente que (mesmo sabendo-se na TV) se dá ao desplante de estar no plenário a ler uma revista (José Lamego... ao menos que lesse o Kant!).
5) Diminuir o número de deputados?! Se não há alternativas a estes, talvez nem fosse má ideia extinguir em definitivo o Parlamento...
1) O primeiro-ministro aproveita o seu tempo para falar sobre o que bem lhe apetece, num sucedâneo de monólogos que não se preocupam em dar sequer cavaco às poucas perguntas que lhes são dirigidas;
2) Os deputados da bancada do PSD e do CDS-PP são o ex-primeiro-ministro e o ex-ministro da Defesa Nacional. Só isto é mais do que suficiente para se porem a jeito no levar de uma abada. Ora, como se isso não bastasse, proferem um conjunto de vacuidades e frases feitas idiotas, às quais o primeiro-ministro consegue sempre encontrar subterfúgios. E não se percebe: o primeiro-ministro tem a cimeira disto e daquilo, os outros mais não fazem que aquilo, e mesmo assim o primeiro vai com melhor preparação que os segundos?!
3) Dá a sensação que a maior parte dos oradores percebe tão pouco daquilo que faz ao ponto de nem conhecerem o conteúdo do regime jurídico do Parlamento. E já nem falo do recurso frequente "à defesa da honra", quando não há injúrias feitas. E mais, para se defender a honra, não é preciso primeiro tê-la?
4) Quanto ao mais, o habitual: gente a falar por cima de gente, gente que vira as costas e sai do plenário quando há pessoas a falar, gente que (mesmo sabendo-se na TV) se dá ao desplante de estar no plenário a ler uma revista (José Lamego... ao menos que lesse o Kant!).
5) Diminuir o número de deputados?! Se não há alternativas a estes, talvez nem fosse má ideia extinguir em definitivo o Parlamento...
2 Comments:
Exactamente.
Quando a TV Cabo foi novidade em minha casa, passei algum tempo como espectador do canal da AR.
Hoje, nem um minuto.
Só assisti a chicana política, às tais idiotas «defesas da honra», a «interpelações à mesa», a deputados em sessões como a de hoje a fazerem tudo o que é descrito no post e mais falar interminavelmente ao telemóvel, conversar enquanto ocorrem «discursos» supostamente relevantes, etc, etc.
Aquilo é um espectáculo absolutamente deprimente. Só se pode dizer: enxerguem-se!
subscrevo a extinção. em nome do controlo do défice.
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