The Russian-paradox
Não é curioso que a primeira grande experiência tentando inaugurar uma sociedade sem classes tenha sido praticada por um povo que adora ser tiranizado?
"To sin by silence when we should protest makes cowards out of men"
3 Comments:
"um povo que adora ser tiranizado."
Pessoa do ano 2, claramente.
Ó André, tenho que concordar aqui com o nosso leitor... um povo que "adora ser tiranizado"? Não me parece que seja esse o motivo pelo qual a Rússia está no estado em que está... Não terá mais a ver com a falência das estruturas políticas? Com as desigualdades sociais provocadas pelo comunismo e não resolvidas com a passagem abrupta e mal preparado para um sistema liberal? E com a perpetuação de mecanismos de controlo "policiais" ao serviço dos mais altos cargos?
Vejo que temos aqui outra divergência de fundo.
Eu recorro por tradição aos meus modernos de eleição: se um Estado não está a funcionar, isso não se deve à malícia dos seus cidadãos, mas à sua má organização (Maquiavel, "Discorsi", III, 29; Spinoza, TP, V, 2), a qual espelha a potência da "multitudo" que a sustém.
Sim, claro que tem que ver com a "falência das estruturas políticas". Mas a verdade é que a Rússia ainda não acertou com as estruturas políticas (por alguma razão elas faliram)...
Sim, tem que ver com as desigualdades sociais. Mas a verdade é que nunca se viu a Rússia sem tais desigualdades, com ou sem comunismo...
Sim, tem que ver com a perpetuação de mecanismos de controlo "policiais". Mas that's my point: não me lembro da Rússia sem "mecanismos de controlo 'policiais'...
Caro Filipe Marques, entenda as minhas referências à génese da Modernidade não como coisa de pessoa do ano 2: é ano 0, mesmo...
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