UE: o paradoxo entre a "inveja do pénis" e a "gender identity" nas relações internacionais
Com a predominância crescente dos EUA no mundo e a iminente periclitância do muro de Berlim, a partir dos anos 70 começa a imperar na Europa o desejo de aprofundar politicamente as comunidades económicas de cooperação já existentes. A CEE tem de ser mais do que aquilo que é, e isso culmina na sua transição para UE com o tratado de Maastricht.
Sucede que a UE é ela própria uma entidade sui generis. Os EUA continuam com predominância no mundo: o falo das relações internacionais é americano, e os europeus não gostam. Invejam-no... Querem ter um tão grande ou maior, vistoso e bem viril. Para tal, precisam de tomar alguns remédios para fazê-lo crescer.
Contudo, os EUA têm uma história muito própria de tradição liberal em vigor desde os tempos da sua fundação. São uma nação. A Europa pergunta-se então: seremos uma nação? Os habermanianos da praxe levantam-se em coro e exclamam: federalismo, já, morte ao Estado-nação. Mas os povos e os líderes políticos dos respectivos permanecem sentados: têm "gender identity", gostam de ser os nacionais que já são. Falam línguas diferentes, gostam de rivalidades entre as selecções de futebol, guardam ressentimentos históricos superficiais... Querem um falo grande, mas não querem mudar de sexo.
Como tal, optam por uma solução híbrida. Os EUA têm um parlamento com uma dupla câmara, com representação de Estados por população e com representação unitária igual por Estado? Queremos também: o Conselho passa a ter votações por maioria dupla, de Estados e de população. Os EUA têm uma administração federal com um presidente vistoso? Queremos também: mas como não votamos todos em conjunto, passamos a nomear um presidente qualquer para o Conselho durante uns quantos anos. Os EUA têm uma tradição de salvaguarda de direitos civis e políticos para os cidadãos? Queremos também: faça-se uma Carta de direitos a impôr a todos, e os que não quiserem... Bom, ficam isentos. Os EUA têm uma face visível de intervenção nas relações internacionais? Queremos também: criemos um senhor super-Ministro para negócios estrangeiros que não dê cavaco a pessoa alguma.
Com isto tudo, a Europa vê-se com um falo já significativo. O problema é que não consegue enrijecê-lo, precisamente por causa da sua "gender identity": esqueceram-se de imitar os EUA naquilo que realmente faz a sua força - um exército forte e uma legitimação democrática das suas instituições representativas.
No fundo, com o tratado de Lisboa, os Leviathans de trazer por casa da Europa quiseram criar um super-Leviathan europeu multilingue, e de facto conseguiram-no: o problema é que é um Leviathan coxo, zarolho, fanhoso e maneta... Ah, e flácido!
Sucede que a UE é ela própria uma entidade sui generis. Os EUA continuam com predominância no mundo: o falo das relações internacionais é americano, e os europeus não gostam. Invejam-no... Querem ter um tão grande ou maior, vistoso e bem viril. Para tal, precisam de tomar alguns remédios para fazê-lo crescer.
Contudo, os EUA têm uma história muito própria de tradição liberal em vigor desde os tempos da sua fundação. São uma nação. A Europa pergunta-se então: seremos uma nação? Os habermanianos da praxe levantam-se em coro e exclamam: federalismo, já, morte ao Estado-nação. Mas os povos e os líderes políticos dos respectivos permanecem sentados: têm "gender identity", gostam de ser os nacionais que já são. Falam línguas diferentes, gostam de rivalidades entre as selecções de futebol, guardam ressentimentos históricos superficiais... Querem um falo grande, mas não querem mudar de sexo.
Como tal, optam por uma solução híbrida. Os EUA têm um parlamento com uma dupla câmara, com representação de Estados por população e com representação unitária igual por Estado? Queremos também: o Conselho passa a ter votações por maioria dupla, de Estados e de população. Os EUA têm uma administração federal com um presidente vistoso? Queremos também: mas como não votamos todos em conjunto, passamos a nomear um presidente qualquer para o Conselho durante uns quantos anos. Os EUA têm uma tradição de salvaguarda de direitos civis e políticos para os cidadãos? Queremos também: faça-se uma Carta de direitos a impôr a todos, e os que não quiserem... Bom, ficam isentos. Os EUA têm uma face visível de intervenção nas relações internacionais? Queremos também: criemos um senhor super-Ministro para negócios estrangeiros que não dê cavaco a pessoa alguma.
Com isto tudo, a Europa vê-se com um falo já significativo. O problema é que não consegue enrijecê-lo, precisamente por causa da sua "gender identity": esqueceram-se de imitar os EUA naquilo que realmente faz a sua força - um exército forte e uma legitimação democrática das suas instituições representativas.
No fundo, com o tratado de Lisboa, os Leviathans de trazer por casa da Europa quiseram criar um super-Leviathan europeu multilingue, e de facto conseguiram-no: o problema é que é um Leviathan coxo, zarolho, fanhoso e maneta... Ah, e flácido!
1 Comments:
Existe um blogue baseado na ideia de que "TUDO É UMA QUESTÃO SEXUAL"
Vale a pena ler!
Quanto à sua análise está perfeita.
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