América a votos: Primárias no Iowa
Barack Obama obteve um triunfo espantoso (38%). Em primeiro lugar, porque suplantou dois candidatos com maior experiência e capital político. Hillary Clinton (29%) tem vindo a preparar afincadamente a sua candidatura presidencial ao longo dos últimos três anos, e John Edwards (30%), um sulista com preocupações sociais muito vincadas, está mais próximo do eleitorado tipicamente conservador do Iowa. Por outro lado, Obama venceu num Estado onde 95% dos habitantes são brancos, o que atesta bem o quão transversal e verdadeiramente singular é a sua candidatura. Obama não representa apenas um discurso mais racional e progressista nos EUA; ele é cada vez mais a face visível de um desejo de mudança que habita silenciosamente o coração de muitos americanos.
Os resultados entre os Republicanos são menos surpreendentes. O candidato favorito dos evangélicos, Mike Huckabee, venceu folgadamente (com cerca de 10 pontos de vantagem). No entanto, as suas hipóteses a nível nacional são ainda pequenas. É um candidato com pouca implementação nos grandes aglomerados urbanos e com um discurso demasiado encostado à direita (considera a homossexualidade um pecado; não aceita a teoria da evolução; quer reforçar as leis contra a imigração). Mitt Romney, apesar do segundo lugar (25%), sofreu um forte abalo, pois era até aqui o favorito do eleitorado mais conservador – eleitorado esse que terá agora que disputar de forma acérrima com Huckabee.
Os candidatos mais moderados entre os Republicanos (McCain e Giuliani) tiveram resultados bastante fracos (13 e 4%, respectivamente), mas é um dado que não deverá ter grande impacto nas suas candidaturas, pois aqueles derivam sobretudo da natureza específica do eleitorado do Iowa, e não tanto a insuficiências da campanha. No entanto, ambos necessitam de um bom resultado nas Primárias de New Hampshire (dia 8), de forma a evitar uma potencial desmobilização do eleitorado que lhes é mais favorável.
Os resultados entre os Republicanos são menos surpreendentes. O candidato favorito dos evangélicos, Mike Huckabee, venceu folgadamente (com cerca de 10 pontos de vantagem). No entanto, as suas hipóteses a nível nacional são ainda pequenas. É um candidato com pouca implementação nos grandes aglomerados urbanos e com um discurso demasiado encostado à direita (considera a homossexualidade um pecado; não aceita a teoria da evolução; quer reforçar as leis contra a imigração). Mitt Romney, apesar do segundo lugar (25%), sofreu um forte abalo, pois era até aqui o favorito do eleitorado mais conservador – eleitorado esse que terá agora que disputar de forma acérrima com Huckabee.
Os candidatos mais moderados entre os Republicanos (McCain e Giuliani) tiveram resultados bastante fracos (13 e 4%, respectivamente), mas é um dado que não deverá ter grande impacto nas suas candidaturas, pois aqueles derivam sobretudo da natureza específica do eleitorado do Iowa, e não tanto a insuficiências da campanha. No entanto, ambos necessitam de um bom resultado nas Primárias de New Hampshire (dia 8), de forma a evitar uma potencial desmobilização do eleitorado que lhes é mais favorável.
3 Comments:
tremo só de pensar que uma personagem como o hackabee possa alguma vez ficar à frente do país mais forte do mundo... brrrr
huckabee, i mean.
Felizmente, caro Nélio, a possibilidade de isso acontecer é escassa. Huckabee (que é o que escrevi em parêntesis e muito mais, apesar do ar bem-disposto e da simpatia natural) dificilmente poderá vencer estas Primárias... E seria a maior surpresa de sempre se conseguisse vencer a eleição nacional.
Um ex-pastor desconhecido em todo o país, com reduzida experiência política, sem dinheiro, sem apoios, criticado no seio do próprio Partido Republicano não pode ganhar. O mundo agradece, diga-se de passagem...
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