terça-feira, janeiro 29, 2008

Muda-se para ficar tudo na mesma

A saída de Isabel Pires de Lima não surpreende ninguém. Várias vezes desautorizada por Sócrates e Cavaco Silva, insistindo em declarações arrogantes e comportamentos erráticos, Pires de Lima cedo cavou a sua sepultura. Mas desenganem-se os mais optimistas: Portugal não tem uma política de cultura há décadas (se é que alguma vez a teve). Sai uma figura incompetente, mas os obstáculos de fundo subsistem.

Adivinhava-se igualmente a saída de Correia de Campos, dada a recente pressão da comunicação social e o desnorte revelado pelo próprio ministro. Estranho até que este não tenha invocado problemas de saúde para pedir a demissão – tantas entrevistas em tão curto espaço de tempo devem causar danos irreversíveis ao sistema nervoso.

Há muita gente que ficará satisfeita, mas, mais uma vez, é cedo para lançar foguetes. A substituta, Ana Jorge, já expressou admiração pelos ideais do seu predecessor (aqui), e não é crível que haja uma mudança de política na saúde. Sócrates sabe que mais um recuo iria abalar em definitivo a sua imagem de “político reformista”. E sem esse mito, Sócrates não pode ganhar as eleições de 2009.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O discurso que o nosso primeiro usou é de facto o pontapé de saída para o início da campanha eleitoral.

31/1/08 12:01  

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