Sobre as "saídas profissionais"
Vasco Pulido Valente, quando não escreve sobre a Lei do Tabaco, resume bem problemas complexos: “Dos 60.000 licenciados no desemprego [...] nasceu recentemente uma tese peregrina: a tese da «empregabilidade» dos cursos, que sustenta a existência de cursos com ou sem «saídas profissionais». [...] Só que as sobreditas «saídas profissionais» não dependem essencialmente do curso, dependem da habilitação e da capacidade.”
Com efeito, o debate sobre o ensino superior está minado por reflexões demagógicas e preconceitos pessoais, derivados da formação dos gabinetes ministeriais, atafulhados de gestores, economistas e uns quantos fanáticos defensores do “choque tecnológico” (seja lá o que isso for). Para este grupo de tecnocratas, os cursos oferecidos no ensino superior dividem-se em dois conjuntos: os cursos que dão emprego e os que não dão. Pelo que naturalmente cabe ao governo fechar os segundos e promover os primeiros.
Felizmente, esta visão idílica dos burocratas da “Esquerda Moderna” esbarra com um daqueles “factos da vida” que a realidade não deixa de nos atirar aos olhos: os cursos por si só não habilitam para coisa nenhuma, como também não desabilitam. O busílis da questão, dito de outro modo, não reside no facto de os cursos darem muito ou pouco emprego, mas sim na qualidade de quem os frequenta.
Os bons alunos, mesmo aqueles que frequentam cursos pouco procurados (nas humanidades por exemplo), têm excelentes possibilidades de triunfar no mercado de trabalho, porque possuem uma série de competências que serão úteis nas mais diversas áreas de emprego. Ao invés, mesmo os alunos medíocres de cursos tão valorizados como Gestão, Economia ou Direito, sairão da universidade pouco melhor do que entraram e dificilmente conseguirão triunfar num mercado de trabalho que, por muitos defeitos que tenha, possui um faro especial para detectar a imbecilidade em jovens candidatos.
Com efeito, o debate sobre o ensino superior está minado por reflexões demagógicas e preconceitos pessoais, derivados da formação dos gabinetes ministeriais, atafulhados de gestores, economistas e uns quantos fanáticos defensores do “choque tecnológico” (seja lá o que isso for). Para este grupo de tecnocratas, os cursos oferecidos no ensino superior dividem-se em dois conjuntos: os cursos que dão emprego e os que não dão. Pelo que naturalmente cabe ao governo fechar os segundos e promover os primeiros.
Felizmente, esta visão idílica dos burocratas da “Esquerda Moderna” esbarra com um daqueles “factos da vida” que a realidade não deixa de nos atirar aos olhos: os cursos por si só não habilitam para coisa nenhuma, como também não desabilitam. O busílis da questão, dito de outro modo, não reside no facto de os cursos darem muito ou pouco emprego, mas sim na qualidade de quem os frequenta.
Os bons alunos, mesmo aqueles que frequentam cursos pouco procurados (nas humanidades por exemplo), têm excelentes possibilidades de triunfar no mercado de trabalho, porque possuem uma série de competências que serão úteis nas mais diversas áreas de emprego. Ao invés, mesmo os alunos medíocres de cursos tão valorizados como Gestão, Economia ou Direito, sairão da universidade pouco melhor do que entraram e dificilmente conseguirão triunfar num mercado de trabalho que, por muitos defeitos que tenha, possui um faro especial para detectar a imbecilidade em jovens candidatos.
7 Comments:
Concordo plenamente.
Esta ideia peregrina de achar que um curso serve para arranjar um emprego é coisa digna da mentalidade tacanha de boa parte dos nossos concidadãos. Se assim fosse, por que motivo não somos todos canalizadores, mecânicos ou electricistas? Que eu saiba, esses não têm problemas de empregabilidade. Ah, só se for a outra tacanhice nacional: o senhor Doutor/Engenheiro/Arquitecto ou barra outra coisa qualquer.
Não, um curso não serve para arranjar um "tacho", nem para cumprir uma função social, e muito menos para cumprir metas. Se assim fosse, é muito provável que os amigos tecnocratas, que se lembram destas coisas e as vendem com tanto sucesso aos portugueses, nem tivessem emprego, dado o nível de iliteracia, ausência de curso superior ou cursos tirados por correspondência que muitos deles ostentam orgulhosamente.
Não, caros concidadãos, o "tacho" não se arranja com um curso. Arranja-se com a "cunha" e, para essa, não há curso em Universidade nenhuma, só noutro tipo de instituições e com outro tipo de exame. Com 100% de aproveitamento.
Isso da imbecilidade dos candidatos 'faz todo o sentido', em especial quando transposto para postas a preto e branco como esta tua: não é crível que os bons alunos e os bons profissionais tenham muitas vezes as devidas oportunidades de se demonstrarem como tais, José, do me a favour.
Mais uma vez simplificaste optimisticamente de mais as coisas.
o maior erro, parece-me, é olhar para as universidades como se fossem escolas profissionais. é completamente contrário ao "espírito da coisa".
Joshua, costumam-me chamar muita coisa, mas olha que optimista é raro...
Penso que estava implícito à minha referência aos bons e maus alunos a ideia de que se trata de uma apreciação genérica. O que está em causa, para mim, é que a qualidade do aluno é mais relevante que a denominação ou o conteúdo dos programas.
Nc e nélio, obrigado pelos comentários: estou totalmente de acordo convosco.
sim, mas acho que as pessoas para serem realmente boas têm que gostar realmente daquilo que fazem porque nao se pode ensinar aquilo que as pessoas nao querem aprender!
e conciliar isto e um pouco polemico, porque temos que pensar no que gostamos, e essencialmente no que tem saida, pois penso que ninguem quer andar 3, 4 ou ate 5 anos na universidade a tirar um curso para depois exercer uma outra funçao..
e depois quando um curso se torna demasiado banal (faxo da +sicologia exemplo) o que e que se faz? os psicologos têm que se sujeitar a mil e uma 'regras impostas', mas e assim que tem de ser pois a concorrencia e muita, e se um nao quer, havera certamente, outro interessado...
e a saga ainda mal começou !!!
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