Anti-americano, eu? (II)
Mais uma análise profunda, idónea e racional sobre a América, desta vez por Inês Pedrosa, no “Expresso”:
“Os EUA são Walt Disney por fora e Apocalipse Now por dentro. Esta mistura explosiva é controlada por uma linha epidérmica de música e néon: New York, New York, o brilho de Hollywood, «welcome to the cabaret» – e o espectáculo continua. De vez em quando, um adolescente louco enche de balas uma espingarda – estão por todo o lado, as balas – e mata metade do liceu. Mas o espectáculo continua, tapando esses dramas e tapando os caixões que vão chegando do Iraque.
Os americanos habituaram-se ao infinito da guerra [...] e desde que salvaram a Europa do nazismo acostumaram-se à ideia de serem os nadadores salvadores do mundo. Seja lá como for. Não pensam muito nisso – quando têm exorcismos a fazer, realizam filmes, catadupas de filmes, onde o horror se concentra em duas horas e os actores são bonitos e maravilhosos. Choram e vão para casa, consolados com a excelência dos actores.”
Portanto, em resumo: os americanos não têm preocupações reais e vivem num mundo de ilusões; gostam é de se matar uns aos outros; e, quando estão deprimidos, preferem ir ao cinema em vez de tomar Prozac. Nesta descrição adolescente só faltava mesmo recordar que todos os americanos são muito gordos, fanáticos por basebol e ouvem música country de manhã à noite.
“Os EUA são Walt Disney por fora e Apocalipse Now por dentro. Esta mistura explosiva é controlada por uma linha epidérmica de música e néon: New York, New York, o brilho de Hollywood, «welcome to the cabaret» – e o espectáculo continua. De vez em quando, um adolescente louco enche de balas uma espingarda – estão por todo o lado, as balas – e mata metade do liceu. Mas o espectáculo continua, tapando esses dramas e tapando os caixões que vão chegando do Iraque.
Os americanos habituaram-se ao infinito da guerra [...] e desde que salvaram a Europa do nazismo acostumaram-se à ideia de serem os nadadores salvadores do mundo. Seja lá como for. Não pensam muito nisso – quando têm exorcismos a fazer, realizam filmes, catadupas de filmes, onde o horror se concentra em duas horas e os actores são bonitos e maravilhosos. Choram e vão para casa, consolados com a excelência dos actores.”
Portanto, em resumo: os americanos não têm preocupações reais e vivem num mundo de ilusões; gostam é de se matar uns aos outros; e, quando estão deprimidos, preferem ir ao cinema em vez de tomar Prozac. Nesta descrição adolescente só faltava mesmo recordar que todos os americanos são muito gordos, fanáticos por basebol e ouvem música country de manhã à noite.
1 Comments:
Suspeito que esta ligeireza e superficialidade ignaras correspondam a "encomendas" de cariz "ideológico"...
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