quarta-feira, março 19, 2008

Duvidanças de uma mente curiosa, 78

Há duas coisas em especial que não consigo perceber nesta história da violência no Tibete:

1) A China, para não variar e talvez só para fazer jus à ilusória imagem de comunista que tem de si mesma, voltou a fazer remontar ao Dalai Lama a origem da violência agora ocorrida. Mas será que a China crê mesmo que o resto do mundo é capaz de acreditar que o Dalai Lama é que anda a incitar as pessoas à violência? Parece que a China é já um mundo dentro de um mundo, e talvez pretenda ser um mundo isolado: pelo menos vai andando na direcção certa, pois parece viver já num mundo imaginário...

2) O Dalai Lama, em conferência de imprensa, ameaçou resignar caso a situação não melhore. Resignar? Mas ser Dalai Lama não acarreta ser em simultâneo líder espiritual e líder político? Ademais, este Dalai Lama é já o XIVº, o que para um budista significa que é a mesma alma reencarnada pelo menos 14 vezes: como se pode resignar de algo que já se era antes de se ser? Ou por outras palavras, como se escreve a carta de demissão da santidade?