Hillary vence no Texas, mas...
No Texas registou-se uma das lutas mais equilibradas até ao momento. Hillary Clinton acabou por ganhar à tangente (3% de diferença). Os dados recolhidos não surpreendem: Obama obteve apoio junto dos negros, dos jovens e dos mais educados; Hillary consegue uma votação expressiva com os hispânicos e os mais velhos. Obama venceu nas áreas urbanas, mas Hillary arrasou nas zonas rurais. Contudo...
... o sistema de votação do Texas é incrivelmente complexo. Desde logo, divide-se em duas fases: a eleição primária (à qual me refiro acima) e o caucus. A primeira atribui 2/3 dos delegados; do caucus sai o restante 1/3. Mas a distribuição dos delegados é confusa, privilegiando distritos que votaram Democrata em eleições recentes e áreas mais populosas. Sabendo dos bons resultados de Obama nessas zonas e da sua previsível vitória no caucus, ficamos com um duplo cenário (quase paradoxal): Hillary vence o voto popular, mas Obama conquista mais delegados.
O que é mais importante? Os delegados, dirá Obama, pois são eles que escolhem o candidato na Convenção de Agosto. A vitória popular, retorquirá Hillary, pois é a expressão real da vontade dos eleitores e cria “momentum” para as votações posteriores. Podemos decretar um empate?
:: Amanhã escreverei sobre o ponto da situação, em jeito de resumo e de antevisão das próximas semanas.
... o sistema de votação do Texas é incrivelmente complexo. Desde logo, divide-se em duas fases: a eleição primária (à qual me refiro acima) e o caucus. A primeira atribui 2/3 dos delegados; do caucus sai o restante 1/3. Mas a distribuição dos delegados é confusa, privilegiando distritos que votaram Democrata em eleições recentes e áreas mais populosas. Sabendo dos bons resultados de Obama nessas zonas e da sua previsível vitória no caucus, ficamos com um duplo cenário (quase paradoxal): Hillary vence o voto popular, mas Obama conquista mais delegados.
O que é mais importante? Os delegados, dirá Obama, pois são eles que escolhem o candidato na Convenção de Agosto. A vitória popular, retorquirá Hillary, pois é a expressão real da vontade dos eleitores e cria “momentum” para as votações posteriores. Podemos decretar um empate?
:: Amanhã escreverei sobre o ponto da situação, em jeito de resumo e de antevisão das próximas semanas.
2 Comments:
acho que a questão que se começa a colocar é quão desgastado e fracturado o partido democrata vai sair destas primárias. restarão depois forças para reunificar o partido e enfrentar os conservadores?
Também acho que essa é uma questão-chave. Mas neste momento há alguns exageros entre os comentadores que anunciam o apocalipse político. Ora, não só isso não seria uma tragédia (uma "brokered convention" é a oportunidade de uma vida...), como há vários cenários possíveis em que isso não sucederá.
Clarificando: se houver um favorito claro quando acabarem as Primárias (3/06), acho que ainda se vai mais que a tempo. Ficariam a faltar 5 meses até às eleições gerais para reunir o Partido. E, dado o ódio Democrata a Bush, isso não parece propriamente complicado.
Se a indecisão se prolongar até à Convenção, o problema é mais complexo. Novamente há vários cenários possíveis: se houver uma inversão da lógica do voto popular, os Democratas sairão muito fragilizados. Se houver manobras políticas rasteiras (provável), idem.
Mas se a Convenção decorrer numa lógica política mais ou menos transparente, e se o candidato vencido apoiar imediatamente o nomeado, o vencedor que sair de Denver terá ainda 2 meses para reunir as tropas. E dada a popularidade de Obama/Clinton, acho que isso será relativamente fácil.
Mas concordo contigo, Nélio: os recursos financeiros e o esforço que os Dems estão neste momento a dispender nesta luta titânica pode de facto fracturar o Partido. E seria incrível se os Dems não conseguissem derrotar os Reps no cenário actual...
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