Boicotar os Jogos Olímpicos: um erro crasso
Em primeiro lugar, punir-se-ia directamente um vasto conjunto de atletas, que provavelmente levaram anos a preparar a sua participação, apenas para ver o sonho de uma vida destruído por motivos políticos aos quais são alheios. Castigar um grupo que não tem nenhuma responsabilidade pelas práticas do governo chinês seria uma decisão ridícula e injusta.
Em segundo lugar, porque a China não irá rever a sua agenda política na sequência de um eventual boicote. Pelo contrário, o governo chinês – mestre na arte da propaganda – iria antes aproveitá-lo para reavivar sentimentos nacionalistas, vitimizando-se perante o seu povo. Um boicote apenas serviria para fortalecer a estratégia interna de Pequim, que há anos vem descrevendo a comunidade internacional como inimiga do povo chinês. E provavelmente, Hu Jintao e o seu séquito tirariam partido da situação para reforçar as suas manobras contra os “dissidentes” e a “oposição”, culpando-os em parte pelo fracasso verificado.
Que ninguém duvide: um boicote teria como consequência o reforço do nacionalismo chinês, o aumento da desconfiança do cidadão comum chinês perante “as potências estrangeiras”, um maior fechamento da China sobre si própria e, em última instância, o endurecimento das suas posições face ao problema do Tibete e dos direitos humanos em geral.
Em segundo lugar, porque a China não irá rever a sua agenda política na sequência de um eventual boicote. Pelo contrário, o governo chinês – mestre na arte da propaganda – iria antes aproveitá-lo para reavivar sentimentos nacionalistas, vitimizando-se perante o seu povo. Um boicote apenas serviria para fortalecer a estratégia interna de Pequim, que há anos vem descrevendo a comunidade internacional como inimiga do povo chinês. E provavelmente, Hu Jintao e o seu séquito tirariam partido da situação para reforçar as suas manobras contra os “dissidentes” e a “oposição”, culpando-os em parte pelo fracasso verificado.
Que ninguém duvide: um boicote teria como consequência o reforço do nacionalismo chinês, o aumento da desconfiança do cidadão comum chinês perante “as potências estrangeiras”, um maior fechamento da China sobre si própria e, em última instância, o endurecimento das suas posições face ao problema do Tibete e dos direitos humanos em geral.
3 Comments:
A partir do momento em que se deixa passar a atribuição da organização dos JO à China deixa de fazer sentido o boicote dos JO propriamente ditos.
O Tibete não foi ocupado (apenas) nos últimos meses.
1936 - Jogos Olímpicos de Berlim
Grande Jesse Owen em Berlin!
É para mim óbvio que o boicote é errado. Lá no meu canto, entre coisas e loisas disse-o. Mas o desporto tem as costas largas... fazer o quê? Em vez de verem a enorme oportunidade que os JO proporcionam, preferem matar o mensageiro... neste caso o meio de introduzir milhares de jornalistas lá dentro, milhares de atletas e milhares de pessoas...que podem dar muito mais visibilidade às misérias do regime, porque podem projectá-las à escala mundial... O contrário dá como muito bem diz só dará mais pretexto para as "estratégias" internas...
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