Modas e critérios
Já era tempo de as televisões resistirem ao impulso reactivo que dinamiza as notícias há várias semanas. Qualquer agressão, grito, caldo ou pontapé ocorridos na sala de aula e filmados pelos alunos saltam imediatamente para a abertura dos telejornais. Isto enjoa, revela preguiça jornalística, significa zero como notícia e do ponto de vista intelectual é inútil para uma eventual discussão, estando já as cartas em cima da mesa.
E talvez o pior de tudo é que todos percebem que se trata de uma fase - e nada mais do que isso. Daqui a uns dias, quando o interesse do povo tiver desaparecido, acabam-se os pontapés e as agressões e passa-se para outro fait divers qualquer. Faz lembrar os episódios na saúde: durante semanas, não havia dia em que um idoso não morresse à porta do hospital, ou em que não nascessem crianças em ambulâncias. Indignação geral, coros trágicos, debates intermináveis. Saiu o ministro e subitamente acabaram-se estas ocorrências. É o milagre da selectividade jornalística.
E talvez o pior de tudo é que todos percebem que se trata de uma fase - e nada mais do que isso. Daqui a uns dias, quando o interesse do povo tiver desaparecido, acabam-se os pontapés e as agressões e passa-se para outro fait divers qualquer. Faz lembrar os episódios na saúde: durante semanas, não havia dia em que um idoso não morresse à porta do hospital, ou em que não nascessem crianças em ambulâncias. Indignação geral, coros trágicos, debates intermináveis. Saiu o ministro e subitamente acabaram-se estas ocorrências. É o milagre da selectividade jornalística.
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