quinta-feira, abril 24, 2008

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Este vosso escriba estará nesta sexta-feira à noite (22h30) na RTP N - no programa "Olhar o Mundo" - para falar das eleições americanas e do sistema político dos EUA. Para quem estiver a planear uma noite de arromba e não puder ver, informo que o programa repete na RTP2 no Domingo, às 12h30. Prometo que depois faço um resumo da discussão.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá.

Vi no domingo e acho que estiveste muito bem. Parabéns!

É sempre bom ver que ainda é possível aos Media diversificar as suas vozes, quando querem.

Abraço.

28/4/08 11:50  
Blogger sofia said...

oh.. que pena ... não consegui ver.
o link de ferisar vai dar a um programa antivirus...
se tiveres um link bom manda-me que através do site da rtp tb nao consigo lá chegar

28/4/08 16:27  
Anonymous Anónimo said...

caríssimo:
Foi com grande entusiasmo que vi e ouvi a sua participação naquele que já é um programa de referência para mim.
Gostaria de saber a sua opinião sobre algumas questões:
1. Quem acha que teria o perfil mais adequado para vencer Mccain? E para liderar a América?
2. O que são e como são eleitos os super delegados? (peço desculpa, sei que falou nisto mas esta parte só ouvi o fim)?
3. Não acha Obama semelhante a Martin Luther king, cujos discursos[de Obama] parecem vir de um púlpito, que de tão inspiradores que são nada dizem de concreto...Será por isso que afro-americanos importantes na cena politica e social "lutem" com ele?
Bom, não o vou aborrecer mais com questões.
excelente trabalho!

28/4/08 16:31  
Blogger José Gomes André said...

Obrigado, Nc. Foi uma bela experiência, confesso.

Sofia, não conheço nenhum link que leve ao programa em versão vídeo. Sorry!

29/4/08 00:25  
Blogger José Gomes André said...

Caro anónimo, obrigado pelas suas questões. É difícil de responder de forma breve, mas tentarei:

1) Imagino com algum receio uma Presidência de Hillary. É uma figura muito polémica, com péssimas relações com os Republicanos. Dividiria ainda mais o país, sem dúvida. Além disso tem adoptado uma postura cínica e autoritária ao longo destas primárias. Por fim, e ao contrário do que gosta de apregoar, Hillary não tem nenhuma experiência de política externa e não sei sinceramente se tem a força necessária para rever os contornos da política externa americana recente.

Ao invés, Obama teria essa força e carisma. Tem uma excelente equipa de política externa no seu staff, e parece-me desejoso de promover um diálogo plural nas relações internacionais. Acredito sinceramente que Obama poderia aproximar os EUA do Ocidente e da Europa, numa lógica multipolar em grande medida contrária à lógica da Administração Bush. Em sentido contrário, receio que a sua política económica proteccionista traga problemas à economia mundial.

McCain é um enigma. Se se aliar aos conservadores poderá arruinar o que resta da credibilidade americana no mundo. Se governar ao centro (mantendo a sua faceta de “independente”) pode corrigir alguns dos aspectos mais graves que minam a posição americana no mundo: a existência de Guantanamo, a leitura “imperialista” das relações internacionais, o uso recorrente da tortura, etc. McCain pretende suprimir estas manchas na história americana e isso é certamente entusiasmante.

2) Os superdelegados são figuras de destaque do Partido Democrata (senadores, congressistas, governadores, etc.) que, por inerência, têm participação garantida na Convenção Nacional do Partido (onde se escolhe o candidato presidencial).

Ao contrário dos restantes delegados (seleccionados por via das primárias e vinculados ao voto popular), os superdelegados podem apoiar livremente o candidato que quiserem, e mudarem de voto em qualquer momento. São cerca de 800 e, nestas circunstâncias, podem ter um papel central em definir quem é em última instância o candidato do Partido.

3) Obama tem um carisma excepcional e nesse sentido é compreensível a sua comparação com MLK. Por outro lado, os seus dotes oratórios são evidentes, e tornam os seus discursos realmente empolgantes. Se a retórica pode conduzir ao vazio? Certamente que sim.

Temos tendência em desconfiar de um político com um discurso demasiado vago e retórico, mas se ele passar a insistir num discurso concreto descrevemo-lo como pouco inspirador. É um pau de dois bicos, se quer a minha opinião. Mas é evidente que a oratória excepcional de Obama mobiliza muitos votantes e gera um entusiasmo enorme entre o eleitorado afro-americano em particular (que nunca acreditou poder ver um negro chegar à Casa Branca...).

Um abraço!

29/4/08 00:27  

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