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Este vosso escriba estará nesta sexta-feira à noite (22h30) na RTP N - no programa "Olhar o Mundo" - para falar das eleições americanas e do sistema político dos EUA. Para quem estiver a planear uma noite de arromba e não puder ver, informo que o programa repete na RTP2 no Domingo, às 12h30. Prometo que depois faço um resumo da discussão.
5 Comments:
Olá.
Vi no domingo e acho que estiveste muito bem. Parabéns!
É sempre bom ver que ainda é possível aos Media diversificar as suas vozes, quando querem.
Abraço.
oh.. que pena ... não consegui ver.
o link de ferisar vai dar a um programa antivirus...
se tiveres um link bom manda-me que através do site da rtp tb nao consigo lá chegar
caríssimo:
Foi com grande entusiasmo que vi e ouvi a sua participação naquele que já é um programa de referência para mim.
Gostaria de saber a sua opinião sobre algumas questões:
1. Quem acha que teria o perfil mais adequado para vencer Mccain? E para liderar a América?
2. O que são e como são eleitos os super delegados? (peço desculpa, sei que falou nisto mas esta parte só ouvi o fim)?
3. Não acha Obama semelhante a Martin Luther king, cujos discursos[de Obama] parecem vir de um púlpito, que de tão inspiradores que são nada dizem de concreto...Será por isso que afro-americanos importantes na cena politica e social "lutem" com ele?
Bom, não o vou aborrecer mais com questões.
excelente trabalho!
Obrigado, Nc. Foi uma bela experiência, confesso.
Sofia, não conheço nenhum link que leve ao programa em versão vídeo. Sorry!
Caro anónimo, obrigado pelas suas questões. É difícil de responder de forma breve, mas tentarei:
1) Imagino com algum receio uma Presidência de Hillary. É uma figura muito polémica, com péssimas relações com os Republicanos. Dividiria ainda mais o país, sem dúvida. Além disso tem adoptado uma postura cínica e autoritária ao longo destas primárias. Por fim, e ao contrário do que gosta de apregoar, Hillary não tem nenhuma experiência de política externa e não sei sinceramente se tem a força necessária para rever os contornos da política externa americana recente.
Ao invés, Obama teria essa força e carisma. Tem uma excelente equipa de política externa no seu staff, e parece-me desejoso de promover um diálogo plural nas relações internacionais. Acredito sinceramente que Obama poderia aproximar os EUA do Ocidente e da Europa, numa lógica multipolar em grande medida contrária à lógica da Administração Bush. Em sentido contrário, receio que a sua política económica proteccionista traga problemas à economia mundial.
McCain é um enigma. Se se aliar aos conservadores poderá arruinar o que resta da credibilidade americana no mundo. Se governar ao centro (mantendo a sua faceta de “independente”) pode corrigir alguns dos aspectos mais graves que minam a posição americana no mundo: a existência de Guantanamo, a leitura “imperialista” das relações internacionais, o uso recorrente da tortura, etc. McCain pretende suprimir estas manchas na história americana e isso é certamente entusiasmante.
2) Os superdelegados são figuras de destaque do Partido Democrata (senadores, congressistas, governadores, etc.) que, por inerência, têm participação garantida na Convenção Nacional do Partido (onde se escolhe o candidato presidencial).
Ao contrário dos restantes delegados (seleccionados por via das primárias e vinculados ao voto popular), os superdelegados podem apoiar livremente o candidato que quiserem, e mudarem de voto em qualquer momento. São cerca de 800 e, nestas circunstâncias, podem ter um papel central em definir quem é em última instância o candidato do Partido.
3) Obama tem um carisma excepcional e nesse sentido é compreensível a sua comparação com MLK. Por outro lado, os seus dotes oratórios são evidentes, e tornam os seus discursos realmente empolgantes. Se a retórica pode conduzir ao vazio? Certamente que sim.
Temos tendência em desconfiar de um político com um discurso demasiado vago e retórico, mas se ele passar a insistir num discurso concreto descrevemo-lo como pouco inspirador. É um pau de dois bicos, se quer a minha opinião. Mas é evidente que a oratória excepcional de Obama mobiliza muitos votantes e gera um entusiasmo enorme entre o eleitorado afro-americano em particular (que nunca acreditou poder ver um negro chegar à Casa Branca...).
Um abraço!
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