Faz o que eu digo, não faças o que eu faço
Enquanto almoçava, vi na TV uma entrevista a Fernando Ulrich, presidente do BPI, na qual o mesmo dizia muito sério que devia haver uma liberalização quase total no regime jurídico dos despedimentos, para quem estivesse agora a entrar no mercado de trabalho: "para facilitar a mobilidade", dizia.
Ri-me, e quase me engasguei com a sopa. A banca portuguesa faz depender cada vez mais os seus resultados positivos do crédito à habitação, pelo qual faz os portugueses endividarem-se durante décadas para comprar casa, isto é, para fixarem domicílio num mesmo sítio. Se não há um eficaz mercado de arrendamento em Portugal, próprio de um sistema laboral que promove a mobilidade, muito se deve ao lóbi da banca, que nos bombardeia diariamente com publicidade a um modus vivendi estacionário.
"Lá fora é assim que se faz", reiterava. Mas "lá fora" também há um mercado de arrendamento medíocre? Talvez Ulrich pretenda que os portugueses trabalhem "lá fora" para pagar casas "cá dentro". No fundo, Ulrich julga-se a solução para um problema que ajudou a criar.
Ri-me, e quase me engasguei com a sopa. A banca portuguesa faz depender cada vez mais os seus resultados positivos do crédito à habitação, pelo qual faz os portugueses endividarem-se durante décadas para comprar casa, isto é, para fixarem domicílio num mesmo sítio. Se não há um eficaz mercado de arrendamento em Portugal, próprio de um sistema laboral que promove a mobilidade, muito se deve ao lóbi da banca, que nos bombardeia diariamente com publicidade a um modus vivendi estacionário.
"Lá fora é assim que se faz", reiterava. Mas "lá fora" também há um mercado de arrendamento medíocre? Talvez Ulrich pretenda que os portugueses trabalhem "lá fora" para pagar casas "cá dentro". No fundo, Ulrich julga-se a solução para um problema que ajudou a criar.
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