Insanidade
Declaração prévia: eu sou um adepto fervoroso de futebol, não me recordo de ter perdido um jogo de Portugal desde os meus oito anos e sigo com atenção o campeonato nacional (em especial os jogos do Benfica). Considero o discurso “futebol vs. cultura” um argumento falacioso, porque pressupõe que os dois são incompatíveis – o que é manifestamente incorrecto.
Porém, é lamentável a forma como o futebol se tornou no nosso país um fenómeno mediático de proporções gigantescas. A aproximação do Euro tem trazido um período de verdadeira loucura: reportagens consecutivas sobre treinos inócuos, digressões dos jogadores a hospitais e centros recreativos, conferências de imprensa bi-diárias sobre coisa nenhuma, declarações avulsas de notáveis e anónimos sobre o estado da equipa, a qualidade dos jogadores, o esquema táctico e as possibilidades da selecção...
Como se este folclore não bastasse, as televisões dedicam largas horas diárias a aspectos dignos de uma absoluta fantochada: entrevistas com o médico da selecção que nos fala das lesões musculares dos atletas (a três semanas dos jogos!); “reportagens especiais” com tunas académicas que compuseram canções propositadamente para o efeito (!); directos com os pais, avós, tios e primos dos jogadores... Ontem a SIC Notícias interrompeu a emissão para dar conta da chegada de Ronaldo ao aeroporto. E em rodapé podemos ler barbaridades como “Miguel treinou à parte”, “Jorge Ribeiro quer ser titular” ou ainda “Nuno Gomes marca três golos em peladinha”.
Uma roda viva de não-notícias e disparates. Pergunta sincera: não há jornalistas sérios na televisão que se sintam desconfortáveis com esta palhaçada?
Porém, é lamentável a forma como o futebol se tornou no nosso país um fenómeno mediático de proporções gigantescas. A aproximação do Euro tem trazido um período de verdadeira loucura: reportagens consecutivas sobre treinos inócuos, digressões dos jogadores a hospitais e centros recreativos, conferências de imprensa bi-diárias sobre coisa nenhuma, declarações avulsas de notáveis e anónimos sobre o estado da equipa, a qualidade dos jogadores, o esquema táctico e as possibilidades da selecção...
Como se este folclore não bastasse, as televisões dedicam largas horas diárias a aspectos dignos de uma absoluta fantochada: entrevistas com o médico da selecção que nos fala das lesões musculares dos atletas (a três semanas dos jogos!); “reportagens especiais” com tunas académicas que compuseram canções propositadamente para o efeito (!); directos com os pais, avós, tios e primos dos jogadores... Ontem a SIC Notícias interrompeu a emissão para dar conta da chegada de Ronaldo ao aeroporto. E em rodapé podemos ler barbaridades como “Miguel treinou à parte”, “Jorge Ribeiro quer ser titular” ou ainda “Nuno Gomes marca três golos em peladinha”.
Uma roda viva de não-notícias e disparates. Pergunta sincera: não há jornalistas sérios na televisão que se sintam desconfortáveis com esta palhaçada?
2 Comments:
Completamente de acordo. Uma palhaçadade jornalists e do jornalismo. Só me faltava que começassem a culpar o desporto, que, normalmente tem as costas largas...
:)
Apoiadíssimo..
As constantes reportagens em directo de Viseu (e a coisa promete continuar quando forem em directo da Suíça) são inenarráveis de idiotas e fazem-me desejar que atinjamos rapidamente o pós Euro2008, pouco interessando para o caso (por completo enjoo) os resultados que obtivermos.
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