Duas notas sobre a "gaffe" de Cavaco
1. A referência de Cavaco Silva ao 10 de Junho como "o dia da raça" é grave. Porque remete para uma designação própria do Estado Novo. Porque é ofensiva para os milhares de imigrantes que habitam no nosso país. Porque introduz um elemento teórico (a ideia de uma "raça") irreconciliável com o tecido social multiétnico que caracteriza a sociedade portuguesa.
2. Contudo, modere-se a indignação. Quem assistiu às declarações, percebe que se tratou de um lapso e não de uma declaração de princípios. Repito: o que foi dito é grave e não deve ser escamoteado. Mas, num momento em que o país vive momentos particularmente delicados, é absurdo ouvir deputados e dirigentes políticos em absoluta histeria, anunciando o fim da República e descrevendo o incidente como uma crise de proporções épicas.
2. Contudo, modere-se a indignação. Quem assistiu às declarações, percebe que se tratou de um lapso e não de uma declaração de princípios. Repito: o que foi dito é grave e não deve ser escamoteado. Mas, num momento em que o país vive momentos particularmente delicados, é absurdo ouvir deputados e dirigentes políticos em absoluta histeria, anunciando o fim da República e descrevendo o incidente como uma crise de proporções épicas.
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