O PS e as sondagens: «nós queremos é o voto»
Numa das últimas sondagens, o PS consegue aumentar nas intenções de voto, apesar de os inquiridos da mesma amostra aumentarem o descontentamento perante o governo. É algo parecido com um "posso ter de fazer o que dizes, mas não tenho de gostar".
José Sócrates, provavelmente, esfrega as mãos de contente. Ele quer é o voto. Que interessa o motivo que leva ao voto?
Ou, nas palavras de Spinoza: «não é, efectivamente, a razão da obediência, mas sim a obediência mesma, que faz o súbdito. Porque seja qual for a razão pela qual um homem decide executar as ordens do soberano - o medo do castigo, a esperança de ober alguma coisa, o amor da pátria ou qualquer outro afecto -, a deliberação é sempre sua e, todavia, age sob as ordens do soberano.»
José Sócrates, provavelmente, esfrega as mãos de contente. Ele quer é o voto. Que interessa o motivo que leva ao voto?
Ou, nas palavras de Spinoza: «não é, efectivamente, a razão da obediência, mas sim a obediência mesma, que faz o súbdito. Porque seja qual for a razão pela qual um homem decide executar as ordens do soberano - o medo do castigo, a esperança de ober alguma coisa, o amor da pátria ou qualquer outro afecto -, a deliberação é sempre sua e, todavia, age sob as ordens do soberano.»
Tratado Teológico-Político, cap. XVII
(trad. Diogo Pires Aurélio)
3 Comments:
Quase parece aquela situação do seu vizinho e a empregada de limpeza... É o efeito de Asch.
No fundo, há uns tantos ingénuos que sabem que é errado, mas como toda a gente o faz...
que frase complicada. se a deliberação é sempre do subdito e este decidir não acatar ordens, então...
ou a deliberação é só sobre o motivo da acatação da ordem.
ou nesse caso não é subdito?
e também, a longo prazo, o motivo conta. não é um pouco redutor pensar só no presente? ou em política esse horizonte chega?
Cara Sofia,
discuta-se Spinoza. Assim de repente, quanto à hipótese que inventarias (a de não cumprimento de ordens do soberano), ambas as alternativas parecem estar certas: por um lado, é o súbdito que delibera por que motivo acha útil cumprir tal ou tal ordem, muito embora seja levado ao cumprimento da ordem pela inspiração de um afecto por parte do soberano; por outro lado, se ele não acata a ordem, é porque não a obedece, e como para Spinoza é a obediência que faz o súbdito (enquanto o exercício do poder faz o cidadão), em tal caso ele não é súbdito (embora possa ser cidadão). Complicado e simples, ao mesmo tempo.
Quanto ao longo prazo, you said it: o horizonte temporal da política é bem curto. Sabermo-lo é herança de Maquiavel
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