sexta-feira, agosto 01, 2008

Somos todos pseudo-estruturalistas

Lévy-Strauss dizia que uma estrutura era um modelo formado de maneira tal que o seu funcionamento pudesse explicar todos os factos observáveis. Neste sentido, parece haver uma certa rigidez e transcendência do modelo perante a realidade a que se aplica.

Os portugueses, pelos vistos, gostam muito disto. É só reparar no uso constante de "plataformas" na linguagem: ele é "plataformas de reflexão" (como Pedro Passos Coelho pretende agora fundar), ele é "plataformas de entendimento", ele é "plataformas de objecção"... As contratações dos jogadores de futebol, então, resultam todas de "plataformas de entendimento": eles são os plataformados.

No fundo, todos gostamos de uma arrumaçãozinha do espaço onde temos de encontrar a chatice que é o outro.