sábado, outubro 11, 2008

Citação do dia

"[...] o capitalismo e o mercado não vão desaparecer. A actual crise financeira não vai levar o capitalismo para o caixote do lixo da história nem ressuscitar o socialismo e o colectivismo. O que vai [...] é levar-nos a repensar a sério o papel do Governo, dos reguladores nos mercados e dos tribunais.", Miguel Monjardino, no "Expresso".

Reflectir sobre o modelo económico das sociedades ocidentais é uma pura perda de tempo, pois o capitalismo não é hoje uma opção, mas o verdadeiro alicerce do nosso modo de vida. Ninguém está preparado - e sobretudo, ninguém está disposto - a abandonar essa lógica por motivos ideológicos ou por receio de que o sistema tenha deficiências. Esta é a hora, não para pôr o capitalismo em causa, mas para debater os mecanismos que o enquadram e lhe conferem eficácia.

4 Comments:

Blogger ... said...

Eu acho que isto está a chegar ao fim, mas com tranquilidade...
http://avarinhamagicadevalentimloureiro.blogspot.com/

11/10/08 22:32  
Anonymous Anónimo said...

Não sei se percebes que houve quem tivesse escrito exactamente a mesma coisa no séc. XIII, a propósito do feudalismo, e no séc XVIII, a propósito da abolição da escravatura. Não há nada mais conveniente (e mais perigoso) do que ilusões de eternidade. Um abraço.

12/10/08 17:18  
Blogger José Gomes André said...

Meu caro Vasco, talvez eu não me tenha expressado bem... Eu não queria dizer que o capitalismo é eterno, mas sim que não é possível que o capitalismo morra sem que findem também todos os aspectos sociais, políticos e até quotidianos que sustentam as sociedades ocidentais modernas.

Pode acontecer? Então não pode... Olha o que aconteceu ao império romano, por exemplo... Abraço!

14/10/08 00:27  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro amigo: parece-me um puro contra-senso dizer que esta não é a hora de pôr o capitalismo em causa (e pôr em causa significa apenas pensar sobre os seus fundamentos) quando o próprio sistema se pôs a si mesmo em causa. É evidente que a lógica de autoregulação do mercado falhou (caso contrário, não seria necessária uma intervenção concertada dos estados nesse domínio). Isso não prenuncia, como é óbvio, a iminência do apocalipse, nem um retrocesso histórico (regresso ao colectivismo/socialismo), nem o abandono puro e simples do modelo vigente, mas apenas a inevitabilidade de uma reflexão sobre a reconfiguração sistema. E eu não percebo como se pode reflectir sobre o que quer que seja sem o pôr em causa (melhor: só percebo que não se possa pôr x em causa, se x for pensado à maneira de um estado eterno ou terminal). Já agora: como bem sabes, o império romano e o seu modo de vida não ruiu do dia para a noite... Pura e simplesmente, foi ruindo... Como tudo, de resto... Um abraço.

14/10/08 03:02  

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