Terceiro debate: tudo na mesma...
...o que favorece Obama, que nos últimos dez dias descolou claramente nas sondagens, quer a um nível nacional (vantagem ponderada de 6,7%), quer nos inquéritos estaduais (liderando no Colorado, Florida, Ohio e Virgínia - Estados que Bush venceu em 2004). McCain necessitava pois de marcar pontos, mas a sua prestação foi mediana, limitando-se a repetir tópicos já conhecidos. A sua mensagem anti-corrupção é bem-vinda na América, mas o seu plano fiscal e as suas propostas no campo da política externa são demasiado próximos da Administração Bush e isso só lhe pode trazer dissabores.
Obama não arriscou um milímetro, insistindo nas ideias centrais da sua campanha: redução de impostos para a classe média, extensão do sistema de saúde, promoção das energias renováveis. Notei contudo que relativamente à política externa Obama não hesitou em assumir um tom muito duro, afirmando mesmo que iria "caçar Bin Laden" e que não toleraria um Irão nuclear. A esquerda não terá gostado, mas esta mensagem agressiva tranquiliza os indecisos, por isso foi bem jogado.
No entanto, o debate voltou a ser algo previsível, sem tiradas memoráveis. Obama tem uma excelente presença e tirou partido de uma postura serena. McCain relacionou-se positivamente com a audiência e beneficiou de um modelo que favorecia declarações mais curtas e objectivas. No entanto, não conseguiu fazer deste debate um momento de viragem e por isso terá perdido uma oportunidade. Duvido que a tendência da corrida se tenha alterado. E a quatro semanas da eleição, isso são más notícias para McCain.
P.S. Para minha surpresa, as primeiras sondagens dizem que Obama ganhou claramente o debate (39%-26 na CBS; 54%-30% na CNN). Obama lidera por 22 pontos na questão "quem lidará melhor com a economia"? Se estes números se confirmarem, McCain tem muito poucas hipóteses de vencer a eleição.
Obama não arriscou um milímetro, insistindo nas ideias centrais da sua campanha: redução de impostos para a classe média, extensão do sistema de saúde, promoção das energias renováveis. Notei contudo que relativamente à política externa Obama não hesitou em assumir um tom muito duro, afirmando mesmo que iria "caçar Bin Laden" e que não toleraria um Irão nuclear. A esquerda não terá gostado, mas esta mensagem agressiva tranquiliza os indecisos, por isso foi bem jogado.
No entanto, o debate voltou a ser algo previsível, sem tiradas memoráveis. Obama tem uma excelente presença e tirou partido de uma postura serena. McCain relacionou-se positivamente com a audiência e beneficiou de um modelo que favorecia declarações mais curtas e objectivas. No entanto, não conseguiu fazer deste debate um momento de viragem e por isso terá perdido uma oportunidade. Duvido que a tendência da corrida se tenha alterado. E a quatro semanas da eleição, isso são más notícias para McCain.
P.S. Para minha surpresa, as primeiras sondagens dizem que Obama ganhou claramente o debate (39%-26 na CBS; 54%-30% na CNN). Obama lidera por 22 pontos na questão "quem lidará melhor com a economia"? Se estes números se confirmarem, McCain tem muito poucas hipóteses de vencer a eleição.
5 Comments:
boa analise.
nova oportunidade perdida pra Mcain.
terá de ser mt mais duro nos ataques a Obama.
A ver vamos, mas para já nada indica que Obama deixará escapar a vitória dia 4 de Novembro.
Mais uma vez de acordo. Mccain perdeu uma oportunidade esta noite, mas é difícil prever como poderia virar o jogo a seu favor. Acho que seria muito complicado para Mccain se fosse demasiado agressivo ou negativo...
Se não acontecer algo de inesperado nas próxima semanas, estas eleições poderão estar decididas...
Obrigado pelos comentários. Eu ainda espero uma eleição equilibrada (num post para breve explicarei porquê), mas todos os dados indicam uma tendência muito favorável a Obama. Teria que haver um "game-changer" monumental...
Mas caro Nuno, eu por acaso teria umas ideias do que McCain podia fazer. Eu se fosse conselheiro dele apostava em três coisas:
1) Apresentar um plano económico em 3 ou 4 pontos, rodeado de duas ou três figuras políticas prestigiadas. Um plano que se explicasse em 5 minutos. Em conferência de imprensa nacional. E depois martelar isso em comícios e anúncios.
2) Comprometer-se a servir apenas um mandato. Reforçava a ideia de que estava ao serviço do país, que não teria receio de fazer reformas difíceis, que não governaria para as sondagens.
3) Condenar as políticas agressivas dos Republicanos de uma vez por todas. Voltar a assumir uma posição independente (talvez já seja tarde para isso).
Abraço!
Obama piscou o olho à América profunda quando disse que iria ao Paquistão "matar bin Laden", ma foi pragmático ao afirmar que os EUA devem conversar com todos, amigos e inimigos.
Neste momento os Republicanos estão mais empenhados em lançar setinhas venenosas, ele é William Ayers, ele é Louis Farrakhan, agora até arranjaram um primo queniano (Raila Odinga)suposto terrorista islâmico. Já se percebeu bem qual é o papel de Sarah Palin. É pena ver tanto desespero e falta de ideias. Abraço.
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