domingo, novembro 05, 2006

Natal de metal

O mamarracho já está a ser construído. Daqui a uma semana, começa o circo na Praça do Comércio.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A notícia do Público é muito elucidativa que o que se está a construir , é de facto, um mamarracho -meia dúzia de homens no emaranhado de metal.
Não haverá ninguém que se oponha a:
1. Um despesismo atroz para um país que tanto precisa de rentabilizar recursos
2. Evitar que uma zona que se deveria usar de lazer, convívio e eventuais compras
3. Que a Cãmara Municipal não entre neste disparate de começar a "celebrar" o Natal com um mês e meio de antecedência
E já agora, há algum concurso a que se esteja a concorrer para a árvore ir crescendo todos os anos?

6/11/06 20:31  
Anonymous Anónimo said...

Embora concorde com o absurdo de tais infraestruturas e com o despesismo associado, considero que não podemos esquecer o aspecto comercial da coisa. Numa época de crise e de enormes dificuldades para viabilizar as pequenas empresas, como as que estão ligadas ao comércio e que empregam uma boa parte dos portugueses, a antecipação da época natalícia é muito significativa e reflecte aspectos bastantes complexos da dinâmica actual das actividades comerciais. Explico com um exemplo na área do comércio de vestuário e afins: o prolongamento do Verão (neste momento dura cerca de 8 meses, com intervalos de tempo menos quente e raramente frio) implica uma redução do tempo de venda das colecções Outono/Inverno. Associado a isto estão as campanhas promocionais levadas a cabo por grandes empresas, com capacidade negocial para conseguir margens de lucro abismais e, logo, possibilidade de baixar os preços sem perder dinheiro (baixam a margem de lucro, mas o lucro permanece; quando isto não acontece, as margens que praticaram nos meses anteriores já permitiram não só recuperar o investimento, mas ainda obter lucros suficientes que compensam largamente as perdas implicadas pela manutenção das existências para épocas posteriores, perdendo valor de mercado e mantendo o peso financeiro, agravados pelos custos de armazenamento). Obviamente que a solução das luzinhas e das árvores acaba por se revelar infrutífera. Só com alterações profundas ao nível da gestão e das mentalidades dos empresários, readaptando-os às novas condições do mercado, poderemos perspectivar um futuro diferente, mais viável e sustentado, sem necessidade de recurso a medidas que só atenuam o problema no imediato, não o resolvem de todo. Mas, para já, é o que temos.

7/11/06 11:15  

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