sexta-feira, março 16, 2007

O cão de Pavlov

Os gerentes de recintos fechados em Portugal reagem aos primeiros sinais de alterações climatéricas como se de um instinto primário se tratasse. Assim que surgiram no horizonte alguns raios de sol, logo se deram ordens para baixar drasticamente a temperatura dos ares condicionados, como se estivéssemos perante uma onda de calor insuportável. Resultado? As máximas não ultrapassam os 22º, mas os cinemas, os restaurantes e os centros comerciais parecem arcas frigoríficas. Diálogos como “Querido, estás pronto para irmos ver o filme? – Espera, tenho que ir buscar o casaco” vão tornar-se um hábito na sociedade portuguesa.

Ontem mesmo entrei numa farmácia onde soprava uma brisa gélida. Um dos clientes queixou-se ao farmacêutico, que se justificou com “o calor que está lá fora”. A que ripostou o cliente: “só se for lá fora. Aqui dentro está uma vaga de frio polar. Olhe, avie-me mais uma caixa de Antigrippine!”. Just in case.

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