sexta-feira, maio 18, 2007

Fernando Negrão: primeiras impressões

Notas da entrevista de Alberta Marques Fernandes a Fernando Negrão, na RTP2:

POSITIVO
»A forma cuidada como apresenta os argumentos, falando pausadamente e procurando justificar as suas observações e propostas. Os debates prometem ser ricos e moderados. Ainda bem, porque de tiradas demagógicas e políticos popularuchos estamos fartos.

»Face à idiota questão (que infelizmente se vai repetir) “como se sente por ser a terceira opção de Marques Mendes?”, foi inteligente ao lembrar que também António Costa não foi a primeira escolha do PS – e que portanto esse facto é neste momento irrelevante.

»Ao referir-se ao estado calamitoso das finanças da Câmara, esteve bem ao criticar os executivos liderados pelo PSD, mostrando que não vai recorrer ao habitual “a culpa é dos outros”.

ASSIM-ASSIM
»Sublinhar que é essencial resolver os problemas financeiros da Câmara será a bandeira de todos os candidatos, pelo que insistir nesse tema não lhe vai certamente trazer votos.

NEGATIVO
»Pareceu pouco à vontade com a sua condição de um “setubalense” a concorrer em Lisboa – na verdade um detalhe relevante que precisa de justificar com brevidade.
»Revelou desnorte quando confrontado com o facto de ainda não ter composto uma equipa para concorrer à Câmara – isto quando faltam apenas seis semanas para as eleições.
»Foi estranho – para não dizer bizarro – que Negrão tenha referido que a sua segunda prioridade em Lisboa era resolver o problema dos idosos “que não têm ninguém”, referindo-se às 35 mil pessoas em “completa solidão”. Ora, por um lado, já existe uma diversidade de apoios estatais e camarários a estas situações (táxi social, vigilância do INEM, etc.), que além do mais, se resolvem sobretudo ao nível da própria comunidade (vizinhos, família, etc.) – sendo pois uma tarefa que compete em especial às Juntas de Freguesia. Por outro lado – e com todo o respeito pelos idosos “sozinhos” – habitam em Lisboa 700 mil pessoas e vivem diariamente na capital mais de um milhão e meio. Durante os 15 minutos da entrevista, Negrão limitou-se a falar dos “idosos” e das “contas públicas”. Ninguém se sentiu excluído?

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