Lisboa descartável
Excertos de um texto certeiro de João Vieira Pereira, no Caderno de Economia do Expresso (sublinhados meus):
“(...) os sucessivos autarcas eleitos por Lisboa trabalham para que esta seja uma cidade para usar, mas não para viver. Tudo em Lisboa (e desconfio que no Porto também) é feito para facilitar a vida de quem se desloca todos os dias para trabalhar na cidade. Em contrapartida, quem nela mora vê a sua qualidade de vida diminuir ano após ano.
Um exemplo recorrente. Em qualquer lugar vago nas ruas da cidade surge de imediato um parque de estacionamento. Privado ou público é o negócio perfeito. A procura é garantida e a taxa de ocupação enorme. (...) No Arco do Cego (...) ainda foi projectado um jardim. Construiu-se metade, a outra é um parque de estacionamento provisório. E todos sabemos que no dicionário do autarca o sinónimo de provisório é eterno.
Falta vida em Lisboa fora dos abomináveis centros comerciais, falta o comércio virado para a rua, faltam esplanadas e espaços verdes agradáveis (...). O ar é cada vez mais irrespirável, a poluição sonora um dos maiores problemas. A isto temos de juntar os prédios abandonados, a sujidade das ruas, a degradação dos bairros típicos. (...)
Este privilégio dado a quem trabalha em Lisboa é completamente absurdo e a estratégia dos autarcas em apostar no bem-estar de quem nela não vota, talvez a maior estupidez política.”
“(...) os sucessivos autarcas eleitos por Lisboa trabalham para que esta seja uma cidade para usar, mas não para viver. Tudo em Lisboa (e desconfio que no Porto também) é feito para facilitar a vida de quem se desloca todos os dias para trabalhar na cidade. Em contrapartida, quem nela mora vê a sua qualidade de vida diminuir ano após ano.
Um exemplo recorrente. Em qualquer lugar vago nas ruas da cidade surge de imediato um parque de estacionamento. Privado ou público é o negócio perfeito. A procura é garantida e a taxa de ocupação enorme. (...) No Arco do Cego (...) ainda foi projectado um jardim. Construiu-se metade, a outra é um parque de estacionamento provisório. E todos sabemos que no dicionário do autarca o sinónimo de provisório é eterno.
Falta vida em Lisboa fora dos abomináveis centros comerciais, falta o comércio virado para a rua, faltam esplanadas e espaços verdes agradáveis (...). O ar é cada vez mais irrespirável, a poluição sonora um dos maiores problemas. A isto temos de juntar os prédios abandonados, a sujidade das ruas, a degradação dos bairros típicos. (...)
Este privilégio dado a quem trabalha em Lisboa é completamente absurdo e a estratégia dos autarcas em apostar no bem-estar de quem nela não vota, talvez a maior estupidez política.”
Etiquetas: Lisboa, palavras dos outros
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