Clube Scolari (VI)
Duas notas mais:
1. As declarações de Scolari continuam a ser ultrajantes. Dizer que não agrediu ninguém é mentira. Scolari pretendeu socar Dragutinovic e só não o atingiu porque este se desviou. As imagens são inequívocas. Dizer que queria proteger Quaresma ou defender outros jogadores (o que fica sempre bem) é mentira. Quaresma está a milhas e nem sequer estava a discutir com “Dragu”, mas sim com Duljaj; quando atinge “Dragu”, Scolari não tem nenhum jogador nas imediações e “Dragu” não estava a tentar atingir nenhum jogador. Dizer que respondeu a uma agressão é mentira. “Dragu” deve ter-lhe dito das bocas, mas nunca o esmurrou, nem sequer o empurrou. Tocou-lhe na mão para o afastar, num gesto inócuo.
2. No meio da confusão, não se fala na questão desportiva, que é fundamental. Portugal joga um futebol medíocre, não ganhou seis dos dez jogos disputados, está em terceiro lugar e tem o apuramento em risco. A desculpa de Scolari (mais uma) que a equipa está “em renovação” é patética. Estamos perante jogadores muitíssimo experientes que actuam nas melhores equipas da Europa e a equipa-base está com Scolari há quatro anos consecutivos: Ricardo, Miguel, Andrade, Carvalho, Meira, Ferreira, Petit, Simão, Tiago, Maniche, Ronaldo, N. Gomes, Deco, Postiga. As excepções são Bosingwa, Alves, Moutinho e Quaresma, cada um deles com pouco mais de 150 minutos nesta fase de qualificação.
O nosso grupo não é o paraíso, mas, por Deus, saibamos apreciar o real valor dos adversários: Polónia e Finlândia NUNCA estiveram numa fase final de um Europeu. A Bélgica apurou-se a última vez em 1984. A Sérvia participou uma vez (quartos-de-final). E são apurados os dois primeiros... Ninguém pede que sejamos campeões do mundo, mas Portugal tem um conjunto de jogadores excepcional e seria ridículo não estar entre os 16 melhores da Europa. Ridículo.
1. As declarações de Scolari continuam a ser ultrajantes. Dizer que não agrediu ninguém é mentira. Scolari pretendeu socar Dragutinovic e só não o atingiu porque este se desviou. As imagens são inequívocas. Dizer que queria proteger Quaresma ou defender outros jogadores (o que fica sempre bem) é mentira. Quaresma está a milhas e nem sequer estava a discutir com “Dragu”, mas sim com Duljaj; quando atinge “Dragu”, Scolari não tem nenhum jogador nas imediações e “Dragu” não estava a tentar atingir nenhum jogador. Dizer que respondeu a uma agressão é mentira. “Dragu” deve ter-lhe dito das bocas, mas nunca o esmurrou, nem sequer o empurrou. Tocou-lhe na mão para o afastar, num gesto inócuo.
2. No meio da confusão, não se fala na questão desportiva, que é fundamental. Portugal joga um futebol medíocre, não ganhou seis dos dez jogos disputados, está em terceiro lugar e tem o apuramento em risco. A desculpa de Scolari (mais uma) que a equipa está “em renovação” é patética. Estamos perante jogadores muitíssimo experientes que actuam nas melhores equipas da Europa e a equipa-base está com Scolari há quatro anos consecutivos: Ricardo, Miguel, Andrade, Carvalho, Meira, Ferreira, Petit, Simão, Tiago, Maniche, Ronaldo, N. Gomes, Deco, Postiga. As excepções são Bosingwa, Alves, Moutinho e Quaresma, cada um deles com pouco mais de 150 minutos nesta fase de qualificação.
O nosso grupo não é o paraíso, mas, por Deus, saibamos apreciar o real valor dos adversários: Polónia e Finlândia NUNCA estiveram numa fase final de um Europeu. A Bélgica apurou-se a última vez em 1984. A Sérvia participou uma vez (quartos-de-final). E são apurados os dois primeiros... Ninguém pede que sejamos campeões do mundo, mas Portugal tem um conjunto de jogadores excepcional e seria ridículo não estar entre os 16 melhores da Europa. Ridículo.
Etiquetas: futebol
19 Comments:
Informa-se por este meio que tudo o que foi escrito na rubrica "Clube Scolari" é subscrito por mim...
ok ok
«Nunca na minha carreira vi este tipo de incidentes. Estou um pouco surpreendido com a reacção de Scolari. Sei que é um bom treinador, mas a sua reacção não tem palavras, porque nem sequer falei com ele. Só falei com Quaresma e, nesse momento, vi que Scolari queria bater-me, mas não sei a razão dessa reacção»
As palavras são do Dragutinovic!... O sérvio - é ele que o afirma - dirigiu-se/falou ao Quaresma!
O Quaresma estava a discutir com Duljaj e depois o Dragutinovic aproximou-se para pedir explicações. Não agrediu Quaresma, não o empurrou, não o cuspiu, nem sequer lhe tocou. Quando Scolari agride Dragutinovic - e é esse momento que importa - Quaresma e Dragu já estavam mais que separados. Como é que, perante isto, Scolari pode dizer que estava a defender Quaresma?
Qualquer pessoa que esteja de boa fé reconhece que Scolari está a mentir, porque não tem humildade suficiente para dizer pura e simplesmente: "agredi o jogador adversário num acto estúpido, e isso é indesculpável. Estou preparado para as sanções necessárias". Ponto final. Sem "mas", sem desculpas que caem bem na opinião pública ("defender o rapaz") ou parolices do tipo "ele insultou a minha família".
Parece que o relatório do árbitro confirma a versão de Scolari. Ademais, é o sérvio o primeiro a bater na mão de Scolari... que reage depois de modo intempestivo!...
Mentira é afirmar que Scolari não respondeu a uma agressão (pancada na mão... tapa... chamem-lhe o que quiserem...) do Dragutinovic. Pelos vistos - insisto - foi isso que o árbitro viu e escreveu no relatório. Se calhar foi por isso que ele viu o vermelho, não?
Nas imagens ve-se Scolari a dirigir-se ao sérvio gritando "ei... ei... ei ... ei...". Porquê? Será porque viu o sérvio a dirigir-se a Quaresma de forma mais agressiva?
Quaresma não está "a milhas", como afirmas. Isso é que é mentira!
Peço desculpa por manifestar a minha opinião!
Não tem que pedir desculpa. Isto é uma discussão normal. O relatório do árbitro é inútil em comparação com as imagens da TV. O árbitro está no meio da confusão, com dezenas de jogadores e dirigentes, pouco ou nada viu.
A suposta agressão de "Dragu" é, como escrevi, um mito. Um toque na mão não é agressão nenhuma. O comportamento do sérvio é provocatório? É. Mas no desporto isso acontece milhares de vezes. A questão foi que Scolari - e logo ele, com fama de "disciplinador", treinador da equipa e homem com vasta experiência - reagiu estupidamente, com um acto muito mais grave. Se lhe tivesse dito para ir dar uma volta ou se interpusesse entre Dragu e os eventuais jogadores que estivessem ameaçados (não havia nenhum, mas pronto), ainda dava de barato que ele estava a "defender" alguém. Assim não...
Bem, eu vou insistir. No momento em que aquilo acontece, a confusão ainda não era muito grande. A maior confusão foi posterior, pelo que admito que o árbitro teve todas as condições para ver bem o que se passou. Já em relaçaão ao golo da Sérvia não posso dizer o mesmo! :)
Toda a gente minimiza a pancada do sérvio na mão do brasileiro dizendo que é um "toque". Estamos a falar do famoso "intensímetro"? :)
E não foi um toque - se é que chegou a sê-lo - a mão do Scolari na cara do Dragutinovic?
A suposta agressão do Scolari é apenas uma tentativa de agressão... e tem de ser sempre considerada "uma resposta". Em termos jurídicos faz toda a diferença... embora talvez não o faça em termos morais. Mas eu também não acredito que haja intencionalidade de Scolari em agredir o jogador sérvio... que, se não tivesse "tocado" na mão do Scolari, muito provavelmente não teria desencadeado a reacção que desencadeou.
Não estou a "desculpar" Scolari... estou a fazer o que faço sempre que tenho de mediar um conflito entre os meus alunos: apurar TODOS os factos e considerar TODAS as atenuantes.
Outra coisa: Dragutinovic já tinha agredido Petit, no jogo... já nem devia estar em campo. Erro do árbitro não o ter penalizado logo ali!
Nos segundos que se jogaram antes do fim do jogo, no lance em que os portugueses não devolveram a bola aos sérvios... estes usaram de grande agressividade na "luta" pela posse da bola. Isso também alterou os ânimos... e terá sido por isso que Dragutinovic "se armou aos cucos" com o Quaresma...
Scolari errou... mas nada que justifique a pena que muitos "exigiram": despedimento... "extradição"... irradiação...
A Ministra da Educação, o Primeiro-Ministro e o meu chefe, em particular, "agridem-me", todos os dias, de forma "mil vezes pior", a mim e a milhares de funcionários... e toda a gente anda por aí a "bater-lhes palmas"! :):P
Para finalizar: onde se lê "proteger o meu jogador" - no caso o Quaresma - deve ler-se "evitar que o Quaresma se metesse em chatices"! E isso ele conseguiu... :):)
O relatório do árbitro é inútil em comparação com as imagens da TV.
Ora, senhor José! Como se pode avaliar um caso através de imagens? Há tanta coisa que passa por palavras, olhares, esgares, gestos... provocações subtis que escapam ao mais atento sectário da tecnologia...
Subscrevo em absoluto a opinião do senhor np. Muito lúcida. :)
Fé inabalável em imagens que, pela sua própria natureza, são parciais.
Bom, já que estamos em dia de recordes de audiência, vamos lá bater o recorde de comentários...
"As imagens são parciais". Boa tirada filosófica que, curiosamente, se aplica ao mundo em geral. As dores de dentes também são parciais, mas doem a bom doer. E as hemorróidas? Parciais. Mas incomodam. E a esperteza saloia? Parcial - mas mesmo assim tão irritante...
Caro np... o relatório do árbitro iliba Scolari. Acho bem. Esteve muito bem o senhor Merk...um olho clínico! Mas... esperem! Não é este senhor que o próprio "np" acusa no comentário de ter sido um absoluto incompetente ao não anular o golo da sérvia? Não é este senhor que não viu uma escandalosa agressão a Petit durante o jogo? Em que é ficamos? Olho clínico ou bárbaro incompetente?
É este o problema dos que procuram defender Scolari com argumentos "a la carte"... entram em contradição, adoptam posições esquivas e procuram escamotear a realidade e esquecer o bom senso. Como estratégia, parece-me mal. Como exercício filosófico, diverte-me.
Podem passar três aviões no ar... e eu só ter visto dois. Isso nunca significará que o terceiro não passou.
Eu analiso as imagens como Scolari afirma... e o árbitro. Foi o sérvio o primeiro a bater... Scolari reagiu e tentou bater também.
Falando então do árbitro: a responsabilidade no golo sérvio é mais do assistente do que do árbitro. Daí eu não poder dizer que ele tenha tido todas as condições para analisar bem o lance. Falei em condições, não em "competência"!
Recordo o que escrevi: pelo que admito que o árbitro teve todas as condições para ver bem o que se passou. Já em relação ao golo da Sérvia não posso dizer o mesmo! :)!
Ele, o árbitro, não analisou bem a jogada da agressão ao Petit... mas isso... parece que depende da interpretação da intenção e, claro, da correcta visibilidade do lance. Quaresma anda a escapar à expulsão há duas jornadas, um "corte em esforço" foi interpretado como um "passe intencional ao GR", etc... e vejo muitos a nem sequer admitirem que são coisas destas que decidem jogos. :)
Para finalizar, que vou para o Porto agora: se Merk viu que foi o sérvio o primeiro a bater na mão do Scolari... se lhe mostrou vermelho por isso... por que raio não haveria de o escrever... mesmo que antes já tivesse errado na análise de outros lances?
Ah: naquela imagem/foto que tens aqui... e eu também no meu blogue..., a mim parece-me que o Scolari ia puxar a bochecha ao Dragutinovic. :P
Nem sempre as imagens esclarecem tudo: ainda hoje não sei se a bola entrou ou não na baliza de Baía, naquele tal "não-golo" do Petit!
E, claro, as palavras ditas não aparecem nas imagens. Olha a cena do Materazzi com o Zidane, por exemplo. E faz toda a diferença no correcto apuramento dos factos...
Apenas um esclarecimento de rigor ao Sr np, por se apresentar enquanto jurista:
- Despedimento pode ser considerado sanção se for a conclusão de um processo disciplinar. Mas o que mais se pediu aqui não foi o despedimento do seleccionador, mas sim a sua demissão, que nada tem de sancionatório: pede a demissão quem reconhece que errou e que perdeu as condições de exercício do seu trabalho pelo seu erro. E pergunte-se: com que cara de pau irá agora Scolari disciplinar os seus jogadores faço-o-que-quero-porque-sou-o-maior? (Deco, Maniche, Ronaldo...)Logo, perdeu as condições de trabalho...
- Volto a colocar as perguntas que já pus:
1) Se o Sr np vir um seu aluno a ser agredido (ou quase) por alguém exterior à escola, vai defendê-lo. Como?: separando o seu aluno e o agressor, ou agredindo o agressor primeiro? (Levar em consideração que a 2ª hipótese é um ilícito)
2) Se um ministro do governo do seu país tentar agredir um deputado da oposição por este estar a insultar ou a tentar agredir o primeiro-ministro, que dirá o sr np dele?: pedirá a demissão?, exigirá desculpas SINCERAS? (sem "mas", "errei mas errava outra vez", etc), ou dirá dele o que diz agora de Scolari?
Eu respondo, sr. Campos:
1.º - não sou jurista nem opinei nessa qualidade, mesmo falando em aspectos jurídicos (do senso-comum);
2.º - eu não me referi aos pedidos de "irradiação" e "despedimento" como se fossem exclusivo deste blogue; falei no geral, no que ouvi nos media. A verdade é que ainda não houve nenhum processo, mas já "toda a gente" fez a sua condenação.
3.º - se quem errasse, seja ministro, presidente, juiz ou funcionário, tivesse de pedir a demissão... ninguém parava num emprego mais do 1 dia... semana.. ou mês; quem não erra? Eu erro...
4.º - o comunicado dos jogadores da Selecção e várias declarações de outros jogadores e treinadores demonstram que Scolari não perdeu "as condições de exercício do seu trabalho"; exactamente quem erra e reconhece que errou é que tem direito a exigir aos outros o respeito pelas regras, afirmando, ao mesmo tempo, a sua capacidade de compreensão, porque se apresenta como homem e não como uma divindade infalível;
5.º - em 19 anos de serviço nunca tive de agredir ninguém para defender um aluno. A priori e como princípio, raciocinando a frio, não o faria. Mas... colocado numa situação REAL e submetido a grandes níveis de stress e de agressividade - se fosse agredido, como Scolari foi - não sei como reagiria... mas tenho a certeza que não me deixaria bater, se o pudesse evitar;
6.º - tentar transpôr as situações específicas vividas no mundo do futebol, como o Presidente da República reconheceu na sua intervenção, para o mundo político, social e escolar... como se a vida fosse assim... é um exercício de "desonestidade intelectual". E mais não digo... porque não gosto de "Torquemadas"!
Bom, já que estamos em dia de recordes de audiência, vamos lá bater o recorde de comentários... Caro José, estou a vê-lo a si através desta vitrina, a sorrir de satisfação pela quantidade de comentários!
"As imagens são parciais". Boa tirada filosófica que, curiosamente, se aplica ao mundo em geral. As dores de dentes também são parciais, mas doem a bom doer. E as hemorróidas? Parciais. Mas incomodam. E a esperteza saloia? Parcial - mas mesmo assim tão irritante... Eu, enquanto anónimo número 1, respondo-lhe directamente:
as imagens são hierarquizáveis, e assim vence-se o sofisma, caro sapiente filósofo! Ou seja, o ponto de vista do telespectador, que no fundo em si já ocorre num erro à partida, pois é o ponto de vista do realizador e o âmbito da sua captação, é inferior ao dos presentes. Precisamente pelos motivos acima apresentados: como sabe tão bem a lição o sr. Filósofo, as acções não são implicações da vontade, pressupõem variáveis que escapam ao a-sensorial, a-nestesiado, a-sséptico telespectador. E diz-me: ainda assim, pelo seu raciocínio cada presente tem um ponto de vista insuficiente, inclusivamente o árbitro, e eu digo, bravo! Precisamente. Por isso, o desejável, a objectividade advirá da conjugação dos vários pontos de vista, em particular da figura que se define, antecipadamente, como um juiz. Podemos tomá-la como uma hipótese, lançada pelo princípio de autoridade que é revisível nos casos prolixos, segundo o método comum de investigação.
Caro np... o relatório do árbitro iliba Scolari. Acho bem. Esteve muito bem o senhor Merk...um olho clínico! Mas... esperem! Não é este senhor que o próprio "np" acusa no comentário de ter sido um absoluto incompetente ao não anular o golo da sérvia? Não é este senhor que não viu uma escandalosa agressão a Petit durante o jogo? Em que é ficamos? Olho clínico ou bárbaro incompetente? Então o sr. José pode ser filósofo hoje, sofista amanhã, e… não me diga que é: contraditório? Naaaaaaaaaaa…
Então, o árbitro pode errar aqui acertar ali, é como um exame. As respostas não são mutuamente exclusivas, logo não há contradição!
É este o problema dos que procuram defender Scolari com argumentos "a la carte"... entram em contradição, adoptam posições esquivas e procuram escamotear a realidade e esquecer o bom senso. Como estratégia, parece-me mal. Como exercício filosófico, diverte-me. Contradição? Diga onde é que, segundo os princípios da lógica, caro José, eu aqui errei, fui contraditório ou retórico, terei muito prazer em admiti-lo e reformulá-lo.
E só mais uma coisa, caro José, não se precipite em utilizar o “exercício filosófico” como algo que seja inalcançável…. O cinismo só fica mesmo bem àqueles que sabem que não sabem.
Quando a argumentação não avança mais para lá das trincheiras do insulto, não vale a pena prossegui-la. Uns são Torquemadas, outros são irresponsáveis, e o ciclo vicioso não encontra fim.
Fiquem lá os scolarianos com Scolari, que quem cultiva a resposabilidade neste país prepara-se para o insucesso contínuo...
Insulto, caro sr. Campos? Que insulto? Leio e releio aqui excelentes argumentos que desmontaram e desconstruíram a vossa linha argumentativa. Não há dos "scolarianos" (ei, isto cheira-me a insulto) a defesa da desresponsabilização, mas sim do equilíbrio e da justiça... aquela que só é aplicada depois de analisados todos os factos e ouvidas todas as partes e não apenas aqueles que servem os "interesses particulares" de quem não gosta de uma pessoa ou defende uma ideia com argumentos de uma moral altiva e transcendente ao mundo dos homens.
E sobre Justiça, como ainda ontem me dizia uma ex-aluna que se licenciou em Direito e está a trabalhar num grande escritório de advogados de Lisboa... cada vez mais ela se centra na Jurisprudência e menos na Doutrina, pura e simples... que ainda por cima vai mudando ao gosto dos políticos, como se vê nas recentes mudanças em alguns dos Códigos.
Mas para este peditório de "mais fósforos e gasolina para atar Scolari a um pinheiro"... não dou mais!
Como se costuma dizer, nada como falar de sexo e futebol para atrair audiências.
Quanto à discusão sobre os prolegómenos filosóficos do nosso debate, vou esperar pelas quatro da manhã, quando estou mais lúcido.
Caro anónimo, aqui vai a resposta prometida...
As “imagens são hierarquizáveis”. Acho que sim. Aliás, eu diria mais, elas são manipuláveis por natureza, conduzindo-nos a uma interpretação que raramente se identifica com a realidade. Parece-me claro que a realidade tal como "ocorre" poucas vezes é a realidade tal qual ela "aparece". Mas vamos deixar Heidegger de lado, porque o que está aqui em causa é o murro do Scolari: e esse, infelizmente para alguns, é neste caso perfeitamente contextualizável e objectivo, surgindo no âmbito de uma confusão generalizada de insultos e ameaças. O senhor resolveu agir e as câmaras registaram. Quanto ao que Dragutinovic ou Quaresma disseram, as imagens não são claras. Como também não o são em relação ao que viu o árbitro. Mas uma coisa é evidente: aquele murro não engana ninguém...
“O árbitro pode errar aqui e acertar ali”. Graças a Deus. Porque senão podia-lhe dar para errar sempre e a coisa ficava preta. O que procurei sublinhar é que, enquanto as pessoas são absolutamente taxativas em apelidar o árbitro de imbecil porque validou o golo da Sérvia, já quando se trata de mencionar o relatório do mesmo árbitro (que por acaso ninguém conhece), não hesitam em tomá-lo por excelente e isento de incorrecções. Pouco importa que esse relatório entre em contradição com os factos; pouco importa que seja falso; pouco importa que o senhor Markus Merk seja burro e cego como uma porta; se ele “defende Scolari” no relatório, então o relatório tem que estar correcto. Se isto não é um sofisma, que caia um raio em cima deste blogue.
“Fui contraditório ou retórico”? Acho que nem sim, nem não. Bem pelo contrário.
“O cinismo só fica mesmo bem àqueles que sabem que não sabem”. Não percebi. Mas eu sou um adepto de tiradas obscuras, especialmente se começarem com letras maiúsculas e resultarem em contradições totais. Do tipo “A mais elevada Escuridão é a que leva à Iluminação”, ou "Ao fundo da Estrada começa a Estrada" ou ainda “o Scolari Só Estava a Tentar Defender o Quaresma”.
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