Ainda o clássico
Na semana passada – e a propósito do FC Porto-Sporting – trouxe até aqui uma prova irrefutável de que os mundos paralelos existem: cortesia do site oficial do FC Porto. Oito dias depois, confirma-se que a malta do site tem talento para a comédia. Ora vejam este belo naco de prosa sobre o Benfica-FC Porto:
“Lucho González teve um instante infeliz, Renteria não teve sorte no último instante do desafio. Em escassos minutos, definiu-se uma história que esteve a ser escrita em mais de 80, muito por culpa da postura de um Dragão imperial, um verdadeiro Campeão, uma equipa sobranceira, confiante e decidida. O F.C. Porto apresentou-se fortíssimo e, pela coragem demonstrada, merecia regressar a casa vitoriosa. (...)
Ao contrário da tendência de todas as antevisões, desmentindo o ridículo do costume, o F.C. Porto entrou no Estádio da Luz com a intenção clara de vencer e com o intuito de mostrar aos desatentos que continua a ser um fortíssimo candidato a um título que é seu. O Dragão instalou-se em toda a largura do relvado, dispensou cuidados ou tibiezas e correu de imediato pelos três pontos.
A primeira parte do Campeão foi fantástica. Ainda antes do golo de Pepe, num golpe de cabeça precioso a coroar uma exibição de gala do central que, em sociedade com toda a defesa, actuou sempre em patamares superiores, já Adriano tinha ficado a milímetros de inaugurar o marcador, na sequência de um passe simplesmente genial de Lucho González.
A produtividade do F.C. Porto tinha reflexos no marcador e a vantagem era mais do que justa, face ao domínio incontestado, ao rigor da sua máquina e ao desempenho de todos os seus atletas. O Dragão chegava ao descanso muito à frente do seu adversário, com uma expressão que até podia ser mais carregada.
A segunda parte seria marcada pela esperada reacção do Benfica e pela conjugação de factores negativos que penalizaram o F.C. Porto. O meio-campo azul e branco perdeu fulgor com a saída forçada de Raul Meireles e pela inferioridade física de Paulo Assunção, peças fulcrais na filtragem de jogo adversário e o empate surgiria num desvio infeliz do capitão portista. Um autogolo com um certo sabor a injustiça, tão perto de um prémio que teria sido adequado à dedicação de todos os Dragões presentes no relvado.
Nos descontos, uma arrancada de Cech e uma oportunidade flagrante de Renteria podiam ter levado à euforia os portistas presentes nas bancadas e os milhões que sofreram à distância. Teria sido perfeito. O empate, apesar de tudo, mantém o F.C. Porto em posição privilegiada. (...)”
Quase perfeito. Só lhe faltou mesmo uma pontinha de objectividade...
“Lucho González teve um instante infeliz, Renteria não teve sorte no último instante do desafio. Em escassos minutos, definiu-se uma história que esteve a ser escrita em mais de 80, muito por culpa da postura de um Dragão imperial, um verdadeiro Campeão, uma equipa sobranceira, confiante e decidida. O F.C. Porto apresentou-se fortíssimo e, pela coragem demonstrada, merecia regressar a casa vitoriosa. (...)
Ao contrário da tendência de todas as antevisões, desmentindo o ridículo do costume, o F.C. Porto entrou no Estádio da Luz com a intenção clara de vencer e com o intuito de mostrar aos desatentos que continua a ser um fortíssimo candidato a um título que é seu. O Dragão instalou-se em toda a largura do relvado, dispensou cuidados ou tibiezas e correu de imediato pelos três pontos.
A primeira parte do Campeão foi fantástica. Ainda antes do golo de Pepe, num golpe de cabeça precioso a coroar uma exibição de gala do central que, em sociedade com toda a defesa, actuou sempre em patamares superiores, já Adriano tinha ficado a milímetros de inaugurar o marcador, na sequência de um passe simplesmente genial de Lucho González.
A produtividade do F.C. Porto tinha reflexos no marcador e a vantagem era mais do que justa, face ao domínio incontestado, ao rigor da sua máquina e ao desempenho de todos os seus atletas. O Dragão chegava ao descanso muito à frente do seu adversário, com uma expressão que até podia ser mais carregada.
A segunda parte seria marcada pela esperada reacção do Benfica e pela conjugação de factores negativos que penalizaram o F.C. Porto. O meio-campo azul e branco perdeu fulgor com a saída forçada de Raul Meireles e pela inferioridade física de Paulo Assunção, peças fulcrais na filtragem de jogo adversário e o empate surgiria num desvio infeliz do capitão portista. Um autogolo com um certo sabor a injustiça, tão perto de um prémio que teria sido adequado à dedicação de todos os Dragões presentes no relvado.
Nos descontos, uma arrancada de Cech e uma oportunidade flagrante de Renteria podiam ter levado à euforia os portistas presentes nas bancadas e os milhões que sofreram à distância. Teria sido perfeito. O empate, apesar de tudo, mantém o F.C. Porto em posição privilegiada. (...)”
Quase perfeito. Só lhe faltou mesmo uma pontinha de objectividade...
Etiquetas: futebol, ilusão, mundos paralelos
2 Comments:
Bem, se formos a falar de sites dos clubes, sou capaz de encontrar duas ou três pérolas nos dos outros dois grandes... e também ainda me lembro de como foram as primeira páginas de muitos jornais mais «virados ao sul» quando o FCP foi campeão europeu, como se o ser fosse algo fácil...
Mas os «mundo paralelos» sempre existiram no mundo do futebol e desde, infelizmente, que não hajam cadeiras a voar têm a sua piada e dão uma certa cor à coisa! Afinal uma discussão de futebol é isso mesmo; «o meu clube pode não jogar nada, mas é muito melhor que o teu...»
É a relatividade das «opiniões», Einstein não diria melhor! :)
É como colocar o Renteria a jogar...é uma questão de opinião! Poupem-me...
Cumprimentos
Caro JN,
Estou de acordo consigo: os sites dos clubes, independentemente da sua cor, são muito permeáveis a estas análises subjectivas. Todavia, isso parece-me ser um contra-senso. Em rigor, estes sites devem servir para informar o leitor, pelo que se requer o mínimo de imparcialidade e objectividade.
Claro que não estou à espera que o site do Porto elogie os triunfos do Benfica, nem que o site do Benfica teça loas à carreira de João Moutinho, mas não me parece que este tipo de efabulações (como aquelas que o post ilustra)
beneficie o espectador comum, ou os próprios adeptos do clube...
Um abraço!
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