Jornalismo maniqueísta
O João Caetano Dias tem toda a razão: a cobertura jornalística das eleições em França demonstra uma parcialidade e um facciosismo político inaceitáveis.
Ségolène Royal é apresentada como o rosto da “Esquerda Moderna” (seja lá o que isso for), mulher bonita, decidida, inteligente, com um programa social adequado às exigências dos novos tempos, atenta à globalização e aos problemas internacionais, mas compassiva com as dificuldades dos franceses que mais sofrem. A salvação da França – ouvimos e lemos repetidas vezes nos órgãos de comunicação social – depende da sua eleição. Pouco importa a esta gente que Ségolène Royal seja a absoluta negação da política, uma oportunista que se limita a debitar vacuidades, tudo envolto num look muito moderno, muito snob, muito Lux. Mas, claro, nada como uma candidata fashion para animar o jornalismo sedento de eventos mediáticos.
Sarkozy, pelo contrário, reúne todos os defeitos do mundo. É arrogante, antipático, autoritário e pouco dado a vernissages. É contra os estrangeiros, despótico com os jovens e indiferente às velhinhas. Está-se nas tintas para os problemas sociais. Não quer saber dos conflitos internacionais. Anseia pelo poder, para se servir do poder. É auto-centrado, egoísta, vaidoso. Os portugueses em França não gostam dele e ele não gosta dos portugueses em França. É uma espécie de Le Pen, mas um Le Pen menos detestável – assim como um lobo mau com consciência moral. Méritos que justifiquem a liderança nas sondagens? Nenhuns. Tudo se deve à “propaganda” e ao “ideal extremista” que reina em alguns sectores da sociedade francesa.
Curiosamente, os jornalistas que veiculam este ridículo maniqueísmo são os mesmos que zombam diariamente da visão do mundo defendida por Bush, que tanto gosta de dicotomias e análises simplistas. Vá-se lá perceber.
Ségolène Royal é apresentada como o rosto da “Esquerda Moderna” (seja lá o que isso for), mulher bonita, decidida, inteligente, com um programa social adequado às exigências dos novos tempos, atenta à globalização e aos problemas internacionais, mas compassiva com as dificuldades dos franceses que mais sofrem. A salvação da França – ouvimos e lemos repetidas vezes nos órgãos de comunicação social – depende da sua eleição. Pouco importa a esta gente que Ségolène Royal seja a absoluta negação da política, uma oportunista que se limita a debitar vacuidades, tudo envolto num look muito moderno, muito snob, muito Lux. Mas, claro, nada como uma candidata fashion para animar o jornalismo sedento de eventos mediáticos.
Sarkozy, pelo contrário, reúne todos os defeitos do mundo. É arrogante, antipático, autoritário e pouco dado a vernissages. É contra os estrangeiros, despótico com os jovens e indiferente às velhinhas. Está-se nas tintas para os problemas sociais. Não quer saber dos conflitos internacionais. Anseia pelo poder, para se servir do poder. É auto-centrado, egoísta, vaidoso. Os portugueses em França não gostam dele e ele não gosta dos portugueses em França. É uma espécie de Le Pen, mas um Le Pen menos detestável – assim como um lobo mau com consciência moral. Méritos que justifiquem a liderança nas sondagens? Nenhuns. Tudo se deve à “propaganda” e ao “ideal extremista” que reina em alguns sectores da sociedade francesa.
Curiosamente, os jornalistas que veiculam este ridículo maniqueísmo são os mesmos que zombam diariamente da visão do mundo defendida por Bush, que tanto gosta de dicotomias e análises simplistas. Vá-se lá perceber.
Etiquetas: França, jornalismo
1 Comments:
Segundo sondagens realiadas junto dos portugueses a residir em França, 8 em cada dez iria votar Sarkozy!
J.
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