terça-feira, novembro 25, 2008

Ponto final


Foram dois anos muito divertidos, mas vamos ficar por aqui. Muito agradeço ao André, com quem partilhei este espaço num espírito de respeito e boa-disposição, e ao C.G. (volchok), que me empurrou para a blogosfera. Obrigado também aos nossos leitores e comentadores! Continuo por agora no Era uma vez a América, e palpita-me que voltarei brevemente à escrita blogosférica num outro espaço e formato. Assim sendo, vemo-nos por aí...!

sábado, novembro 22, 2008

Finis

Declaro por este meio a cessação da minha colaboração no Bem Pelo Contrário, e, por conseguinte, o meu abandono da blogosfera.

Agradeço a todos os que me leram e gostaram, e muito especialmente ao José Gomes André, que partilhou comigo o seu espaço.

Au revoir!

quarta-feira, novembro 12, 2008

Lições do Sporting-Porto

Parece que, pelo que se disse e se vem dizendo, a única coisa má no jogo do passado domingo terá sido o árbitro. Atendendo a todas as queixas, toda a gente preferiria um resultado de 5-5, com 8 penáltis marcados. Uma ideia, então: porque não fazer um jogo só de penáltis? Todos ficariam aparentemente felizes, seria talvez mais excitante do que é costume, certamente com mais velocidade do que a generalidade dos jogos da liga portuguesa, e, mais do que isso, evitar-se-ia com que os futebolistas confundissem a modalidade que praticam com rugby...

O pior é que então ninguém se enojaria, e eu deixaria de me sentir divertidíssimo.

Coisinhas engraçadas (ao ouvir e ler os outros)

Há um blogue sobre futebol que muito me agrada, e que leio com algum gosto: o 442. Hoje foi citado no programa de Pedro Rolo Duarte sobre blogues, na Antena 1. Mas ler por alto um blogue não é o mesmo que o ir acompanhando. É que dizer "... o sportinguista Katanec..." não só soa mal como pode até ser tido por insulto.

sexta-feira, novembro 07, 2008

John Adams


Para quem gosta destas coisas de representações históricas e de história americana, recomenda-se a extraordinária mini-série da HBO John Adams. Mas recomenda-se especialmente para quem gosta de excelente televisão e de bom cinema: it's that good!


P.S. Pode ser encomendado o DVD via amazon (aqui) ou, para quem não tenha vergonha na cara, pode ser pirateada. Isto presumindo que ninguém tenha paciência para esperar que passe na televisão portuguesa a mini-série que mais prémios Emmy já conseguiu arrecadar...

Benfica-Galatasaray

Vinte euros perdidos na primeira vez que vi o Benfica perder ao vivo. E o pior de tudo é nem sequer ter oportunidade de insultar o árbitro ou um treinador que assume até ele ter estado mal. O adversário foi muito melhor e nada mais há a dizer. Excepto isto: no final, lembrei-me de uma expressão muito usada nos jogos de futebol de rua quando era miúdo: bailinho.

terça-feira, novembro 04, 2008

Cai o pano

Para quem - como eu - vem acompanhado o processo eleitoral americano diariamente, o dia de hoje traz sentimentos ambivalentes. Por um lado, uma alegria extraordinária por ter assistido, comentado e vivido de perto (por vezes quase obsessivamente) esta corrida fabulosa, que começou há mais de um ano. Desde a luta nas Primárias até ao mano-a-mano Obama/McCain, estes últimos meses foram de facto pródigos em momentos emocionantes.

Por outro lado, há a inevitável desilusão de saber que o processo termina aqui (desculpa André, mas não podia estar mais em desacordo contigo nesta questão). Não há mais debates entre estes dois excepcionais candidatos, não há mais sondagens para analisar, não há mais comícios inflamados. Vai ser difícil desligar a ficha, confesso. Mas essa é, afinal, a natureza das coisas. Hoje, termina um ciclo. Amanhã começa outro. Que traga experiências tão emotivas e formidáveis como o que agora finda - eis o meu desejo.

É hoje? Finalmente!

Depois de um ano e tal de acompanhamento das eleições presidenciais americanas, é com alívio que se chega ao dia 4 de Novembro. Sem desrespeito para com o meu mestre de blogue e para quem, com ele, seguiu muito de perto todo este moroso processo, permitam-me desabafar. Finalmente! Já começava a faltar pachorra para todo este espectáculo.

Seja quem ganhe, será sempre um dia histórico, que colocará inevitavelmente a América (e com ela o mundo) numa situação melhor que a presente. Qualquer um é muito melhor que o George W. E pensar que ainda temos de esperar dois meses para a tomada de posse...


P.S. - Recuperando a não inscrição: quanto tempo demorará até muitos dos obamianos europeus (creio que dificilmente a eleição fugirá a Obama) começarem a acusar o futuro presidente americano de imperialist pig? É que as auréolas são um pouco como as estrelas: quanto mais brilham, mais próximas estão do seu próprio apagamento.

Será Miguel Cadilhe meu vizinho?

Voltando aos meus tempos de administrador de condomínio. Em reunião da Assembleia, numa sexta-feira, um dos condóminos pediu autorização para subir ao telhado no dia seguinte montar uma antena privada de televisão. Todos consentiram. No sábado, com uma barulheira dos diabos, lá o homem montou a antena. No domingo, eu e ele (sub-administrador) reunimo-nos com o construtor do edifício, para discutir algumas reparações que tinham de ser feitas, entre as quais a substituição de alguns vidros da clarabóia, rachados há muito. O construtor, tentando isentar-se do trabalho e dos custos, perguntou: «Mas como é que sabem que as rachas estão lá por defeito de construção? Se continuam a subir pessoas ao telhado, é normal que os vidros rachem.» Resposta de rajada desse meu vizinho: «Eu nunca lá fui!»

Recordei esta história ao ver a conferência de imprensa de Miguel Cadilhe. «Não fui eu! Foi ele.» Neste caso, o ele é o supervisor: um pouco como um criminoso dizer que a culpa do seu acto ilícito é da polícia por não o ter impedido...

Uma pergunta óbvia impõe-se: se os administradores das instituições financeiras não se responsabilizam por actos danosos de gestão, porque é que recebem tanto dinheiro para fazerem o que fazem? Payment without responsibility? Também quero...

segunda-feira, novembro 03, 2008

Amanhã à noite

Começarei por estar na TSF a comentar a eleição e os dados que forem chegando dos Estados Unidos, entre as 23.15 e as 2 da manhã. É difícil prever se ficarei por lá (vai depender de quão longa for a dúvida na América). Se ainda conseguir, volto a tempo de escrever no Era uma Vez na América algumas observações sobre a noite eleitoral...

A banca e os administradores

Agora que está mais do que comprovado, com os casos BCP e BPN, que a banca portuguesa (supervisor incluído) é tão ou mais especialista em chico-espertismo quanto qualquer português médio (só que mais eficaz, uma vez que nunca assume riscos e nunca perde seja o que for), pergunto-me se os administradores da banca portuguesa continuarão a ir à TV armados em técnicos especializados de economia debitar frases feitas anti-Estado com ar de "sabe-tudo".

Dado o meu pessimismo com estas coisas da natureza humana e com a inscrição na memória lusa do que importa, reformulo: quanto tempo passará a partir deste caso BPN até vermos Miguel Cadilhe novamente na TV ou na imprensa armado em especialista do sistema financeiro?

domingo, novembro 02, 2008

[Pub.]

O "Público" de hoje, Domingo, contém um artigo que tive o prazer de redigir sobre a formação das coligações eleitorais e a sua importância na política dos EUA. Deixo aqui um pequeno excerto, para abrir o apetite:

"A sociedade norte-americana é caracterizada por uma grande diversidade étnica, cultural, económica e religiosa. Este facto obriga os dois principais partidos políticos a funcionarem como pólos aglutinadores de interesses variados – construindo aquilo que se designa usualmente nos Estados Unidos como «coligação eleitoral»".

sábado, novembro 01, 2008

Viver no Iraque

No espaço contíguo ao meu prédio demoliram recentemente um outro. Estão agora a construir um prédio de sete andares e com quatro caves. Início da obra: Junho de 2007. Conclusão prevista: sabe Deus.

A minha rua foi fechada ao trânsito. A Câmara Municipal vai substituir a estrada e o passeio e fazer novas canalizações de esgotos. Início das obras: esta semana. Conclusão prevista: algures entre o Carnaval e o Outuno de 2009.

A minha vizinha de cima substituiu o soalho e afagou o chão (ou lá como é que se chama). Início das obras: terça-feira passada. Conclusão prevista: hoje não ouvi nada, por isso com sorte já acabaram. Ou talvez não.

É uma sorte eu ainda não ter ficado doido.