Art Expresso
Actualmente é de bom tom enaltecer a determinação de Sócrates, em contraste com a desorganização que grassa na oposição. Todavia, os jornalistas – e os jornais de referência em particular – têm a obrigação de resistir a estas tendências e assumir uma posição mínima de imparcialidade. Isto não significa uma diminuição do sentido crítico, mas sim a necessidade de rejeitar abordagens preconceituosas, que ora demonizam ora deificam personagens e movimentos políticos. Por outras palavras, exige-se que o jornalista, manifestando uma opinião (e tratando-se de uma reportagem ou da divulgação de uma notícia), não conduza o leitor a uma interpretação circunscrita da mesma.
O Expresso caminha em sentido contrário, apoiando sem despudor as medidas do Governo e ridicularizando a oposição. Sirva de exemplo a reportagem na pág. 2 – “a história do coração que atrasou Sócrates” – que já na passada semana recebera honras de primeira página. Trata-se de uma “notícia” que se presta apenas a destacar a compaixão socrática, que através de um acto heróico salvou uma criança de 2 anos; tudo porque o avião do primeiro-ministro foi ao Funchal buscar um coração para um transplante, tendo aliás feito Sócrates chegar atrasado ao Conselho Europeu. Uma verdadeira história de encantar, com efeitos puramente propagandísticos.
Simultaneamente, a oposição é escarnecida ao longo do jornal, através de inenarráveis escolhas gráficas. Na pág. 10 lemos uma reportagem intitulada “A desafinada banda do PSD”, sobre a oposição interna à liderança de Marques Mendes. A ilustração? Uma fotomontagem em que Marques Mendes, meio-Nosferatu, meio-Conde Drácula, surge com um olhar tresloucado, em pura meditação transcendental a la Zandinga. A rodeá-lo, várias cabeças de políticos em corpos alheios, tocando uma série de instrumentos. Gostei especialmente do baixista Santana Lopes e de uma inconcebível montagem de Paulo Portas tocando guitarra em tronco nu. Apenas duas perguntas: o que é que Portas tem a ver com a oposição interna do PSD e porque diabo o Expresso se presta a ridicularizar-se a si próprio juntando à cabeça de Portas um tronco nu peludo de outra pessoa?
Já na página 7, e a pretexto de uma notícia sobre o CDS, encontramos uma espantosa montagem de Maria José Nogueira Pinto, transformada pelo grafismo de Miguel Seixas numa imagem de Belzebu, apenas com um corno lateral, mas com a inconfundível cauda demoníaca, tudo isto enquadrado com umas chamas em fundo. Jornalismo de qualidade, sem dúvida.
O Expresso caminha em sentido contrário, apoiando sem despudor as medidas do Governo e ridicularizando a oposição. Sirva de exemplo a reportagem na pág. 2 – “a história do coração que atrasou Sócrates” – que já na passada semana recebera honras de primeira página. Trata-se de uma “notícia” que se presta apenas a destacar a compaixão socrática, que através de um acto heróico salvou uma criança de 2 anos; tudo porque o avião do primeiro-ministro foi ao Funchal buscar um coração para um transplante, tendo aliás feito Sócrates chegar atrasado ao Conselho Europeu. Uma verdadeira história de encantar, com efeitos puramente propagandísticos.
Simultaneamente, a oposição é escarnecida ao longo do jornal, através de inenarráveis escolhas gráficas. Na pág. 10 lemos uma reportagem intitulada “A desafinada banda do PSD”, sobre a oposição interna à liderança de Marques Mendes. A ilustração? Uma fotomontagem em que Marques Mendes, meio-Nosferatu, meio-Conde Drácula, surge com um olhar tresloucado, em pura meditação transcendental a la Zandinga. A rodeá-lo, várias cabeças de políticos em corpos alheios, tocando uma série de instrumentos. Gostei especialmente do baixista Santana Lopes e de uma inconcebível montagem de Paulo Portas tocando guitarra em tronco nu. Apenas duas perguntas: o que é que Portas tem a ver com a oposição interna do PSD e porque diabo o Expresso se presta a ridicularizar-se a si próprio juntando à cabeça de Portas um tronco nu peludo de outra pessoa?
Já na página 7, e a pretexto de uma notícia sobre o CDS, encontramos uma espantosa montagem de Maria José Nogueira Pinto, transformada pelo grafismo de Miguel Seixas numa imagem de Belzebu, apenas com um corno lateral, mas com a inconfundível cauda demoníaca, tudo isto enquadrado com umas chamas em fundo. Jornalismo de qualidade, sem dúvida.
Etiquetas: CDS, Expresso, jornalismo, José Sócrates, PSD
2 Comments:
E eu que pensava estar a ler o Inimigo Público...
O que se diria se no tempo «da direita» (em que as pessoas não passavam de números, ao contrário de agora, que são pessoas), se fechassem 56 (cinquenta e seis) SAPs???
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